RN Tem 1 Milhão de Pessoas em Extrema Pobreza

 Créditos: Arquivo/Agência Brasil


No Rio Grande do Norte, mais de 1 milhão de pessoas, o equivalente a 28,8% da população potiguar, vive em situação de extrema pobreza. Os dados foram extraídos do Cadastro Único (CadÚnico), do Governo Federal pela Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas). De acordo com os números, 1.018.671 potiguares inscritos no CadÚnico sobrevivem com até R$ 89 por mês. O Estado tem 3.535.165 habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O recorte inclui pessoas de todas as idades e ainda, aquelas em situação de rua. Os efeitos deste cenário são acentuados com o recrudescimento de outro problema grave: a fome. Um estudo inédito realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), aponta que nos últimos meses de 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar. No Nordeste, a fome atingiu 13,8% dos domicílios, segundo o documento da Rede Penssan, intitulado “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19”. O estudo não apresenta números agregados por estado, por se tratar de uma pesquisa amostral.

A secretária do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social do Rio Grande do Norte, Íris Oliveira, esclarece que a pasta não dispõe de números sobre a fome e insegurança alimentar no território potiguar, mas destaca que o alto número de pessoas vivendo em situação de pobreza e extrema pobreza dá uma ideia da dimensão do problema. Ainda segundo os dados do CadÚnico, 149.446 potiguares vivem em situação de pobreza, com renda mensal que varia entre R$ 89,01 e R$ 178.

“Nós não temos estudos territoriais, mas, nesse momento, estamos dialogando com os gestores municipais e assistências sociais e essas questões estão sendo levantadas. Evidentemente, essa situação de fome e insegurança alimentar é observada em todo o Estado, desde o município de pequeno porte ao de grande porte, antes mesmo da pandemia. O Brasil tinha banido a fome da nossa convivência cotidiana, mas a partir de 2017, a gente começa a observar a volta desse quadro. Isso se deve ao desmonte dos programas de proteção social. A verdade é que há muitos cortes em nome do ajuste fiscal e os pobres são os primeiros que ficam de fora do orçamento do Governo Federal”, explica a secretária. Segundo ela, apesar da ausência de estudos, é perceptível o agravamento da situação após a chegada da pandemia ao RN.


Para o professor do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ricardo Ojima, o aprofundamento do problema em razão da crise sanitária passa pela ineficiência de políticas públicas que possam minimizar os efeitos da pandemia, como o Auxílio Emergencial, por exemplo.


“No ano passado, o Auxílio Emergencial contribuiu bastante para aliviar essa questão, porque os valores eram maiores, o que fez com que a extrema pobreza tivesse, inclusive, uma redução. Com o fim do Auxílio e agora com a retomada dele, mas com novos valores e regras, o impacto na questão da fome será significativo, já que esse ano nós estamos lidando com o agravamento da pandemia”, avalia o professor. As novas parcelas do Auxílio Emergencial – quatro, no total – serão de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, a depender do perfil do beneficiário. “Esse valor é inviável. Ele não serve para o que deve funcionar, que é substituir o mínimo de renda para as pessoas”, sublinha Ojima.
 
 
 
 
 
#Fonte: Tribuna do Norte
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