FELIZ DIA DOS PAIS - Respeito, História e Dedicação

PAI: Três letras que representam algo tão importante na vida dos filhos e da família. A este grande ser humano todo o nosso respeito e admiração - FELIZ DIA DOS PAIS.

São muitos os desafios trazidos com a paternidade. Quem é pai sabe a dor e a delícia que é educar e participar de cada etapa da vida dos pequenos. A tarefa certamente passa a ser um pouco mais árdua quando se tem vários filhos, ou quando se é pai de forma precoce.

Pai aos 13

Virgílio Campos, 28, foi pai de Arthur aos 13 anos. A mãe era sua vizinha, e tinha apenas 15 na época. “Éramos adolescentes e estávamos descobrindo a vida”, diz Virgílio.

Virgílio Campos com o filho Arthur

No caso dele, o suporte da família foi fundamental: “O auxílio financeiro foi importante, afinal eu tinha apenas 13 anos e não poderia sustentar uma criança, mas a principal ajuda foi a presença deles, a aceitação e o encorajamento que me deram diante desse desafio”, explica.

A paternidade precoce trouxe também o amadurecimento muito cedo. Aos 17 anos, Virgílio ingressava no curso de administração de empresas e já trabalhava no banco como estagiário. Ele se tornou gerente aos 25: “Eu tinha um filho e precisava de uma melhor condição financeira para ajudar na criação dele. O Arthur me ensinou a buscar o sucesso profissional mais rápido. Eu me espelhei no meu pai, e no homem correto e responsável que ele é, também queria ser essa pessoa para o meu filho”, diz.

Virgílio diz que não há culpa nem arrependimentos na educação de Arthur. “O momento mais difícil foi quando eu soube da gravidez, vieram muitas dúvidas e receios com a notícia, a responsabilidade pesou, eu sabia que a minha vida iria mudar para sempre, mas o suporte da minha família foi essencial. Além disso, nunca ninguém me substituiu no meu papel de pai, eu não tinha experiência, mas estive presente em todos os momentos. Aos 15 anos fui à minha primeira reunião de pais”, revela.

Para Virgílio o lado positivo dessa experiência é a proximidade de gerações. A pouca diferença de idade entre pai e filho tornou a relação mais estreita. “Ele joga futebol com os meus amigos e nós temos a mesma cabeça. Conversamos abertamente sobre todos os assuntos e eu acredito em orientar e acompanhar de perto,  compartilhando experiências. Acredito numa relação de amizade”, diz.

Na escola, os amigos de Arthur (hoje com 15 anos) estranhavam a pouca idade do pai dele. “Todo mundo pensava que ele era meu irmão mais velho, ninguém acreditava que era meu pai. Mas eu acho que ele me entende mais que os outros”, resume.

Para Virgílio a principal lição de ter sido pai tão cedo foi a auto-superação. “Ele me ensinou a amar e a enfrentar as dificuldades com obstinação. Eu tive que crescer logo, controlar minha ansiedade. Por incrível que pareça meu filho me trouxe tranquilidade, ele me mostrou como enxergar o lado positivo das coisas. E eu sei que ele sempre pôde contar comigo”, garante.

6 filhos, 4 casamentos

Ismar Neto (17), Maria Eduarda (16), Heitor (13), Miguel (9), Pedro (6) e a pequena Mariana, de apenas 14 dias. Esses são os seis filhos do publicitário Antônio Enéas, de 38 anos. As crianças são de quatro casamentos diferentes, sendo os dois últimos da atual união. 

Ismar Neto (17), Maria Eduarda (16), Heitor (13), Miguel (9), Pedro (6) e a pequena Mariana, de apenas 14 dias

“Filho é uma benção, não vejo como algo negativo. As pessoas têm medo de assumir a responsabilidade, mas ser pai é um contínuo aprendizado”, diz.

Durante a entrevista, o ativo Pedro, de seis anos, interrompeu o bate-papo algumas vezes. Ele precisava de ajuda do pai em um dos seus jogos de I-pad. Segundo Enéas, o segredo é participar e tentar não controlar tudo. “São seis crianças de idades diferentes, com personalidades distintas, às vezes elas brigam, rolam no chão, esperneiam, mas nada anormal numa relação entre irmãos. Eu procuro reuni-los o máximo possível e a convivência entre eles é tranquila”, revela.

Enéas foi pai pela primeira vez aos 19 anos. Ele conta que na época a situação era difícil: “Eu morava no bairro de Felipe Camarão e meu primeiro filho tinha resistência à lactose. Eu trabalhava o mês inteiro só para comprar o leite dele, que era especial”, conta.

Apesar das dificuldades, Enéas garante que ser pai é gratificante. “Cada sacrifício valeu a pena”. Ser pai ultrapassa conceitos, barreiras ou sobrenomes. É uma relação de amor, proteção e dedicação. E para esses dois pais, com certeza, o sentimento é de missão cumprida.

a data
Cada povo tem a sua tradição para comemorar o Dia dos Pais. Pesquisas apontam que a data surgiu originalmente em 1909, no estado de Washington, nos Estados Unidos. William Jackson Smart, um ex-combatente da guerra civil que perdeu sua esposa quando os seis filhos eram ainda bem pequenos,  foi homenageado pela filha, Sonora Smart. Ela sentia-se orgulhosa por ver seu pai superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém, por isso enviou uma petição à Associação Ministerial de Spokane, cidade localizada em Washigton. O primeiro Dia dos Pais norte-americano foi comemorado em 19 de junho, aniversário do pai de Sonora. Posteriormente passou a ser celebrado no terceiro domingo de junho, assim como na África do Sul, México, Canadá, França, Turquia, Venezuela, dentre outros. Na Austrália e Nova Zelândia a comemoração acontece no primeiro domingo de setembro; na Rússia, no dia vinte e três de fevereiro; na Tailândia, no dia cinco de dezembro; e na Itália, no dia 19 de março, dia de São José.

Dia dos Pais no Brasil
Aqui no Brasil a idéia de comemorar o Dia dos Pais partiu do publicitário Sylvio Bhering, e foi festejada pela primeira vez em 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família. Posteriormente a data foi alterada para o segundo domingo de agosto, por motivos comerciais, ficando diferente da celebração americana e européia.

 

 

 

#Fonte: Tribuna do Norte