Estudo sugere que primeiro desembarque da frota de Pedro Álvares Cabral ao Brasil foi no RN, e não na Bahia

Um estudo publicado pela revista científica inglesa Journal of Navigation, reacende o debate sobre o local de chegada da frota de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal da Paraíba sugerem que o primeiro desembarque pode ter ocorrido no Rio Grande do Norte e não em Porto Seguro, na Bahia.
A hipótese publicada na revista aponta que o primeiro desembarque de Cabral em território potiguar teria ocorrido na praia de Zumbi, em Rio do Fogo, e o segundo entre São Miguel do Gostoso e Pedra Grande, onde existe o marco português de 1501. Mesmo com a hipótese levantada pelos pesquisadores, Porto Seguro segue reconhecido como o local oficial de chegada da frota de Cabral no Brasil.
Os físicos Carlos Chesman e Cláudio Furtado, autores do artigo Internacional, analisaram a carta de Pero Vaz de Caminha, cruzando dados históricos com ventos, correntes marítimas e rotas de navegação.

Trajeto que teria sido percorrido pela frota portuguesa
Expedições de campo identificaram formações geográficas no litoral potiguar, que se aproximam das descrições do documento, como Monte Serra Verde e o rio Punaú. O historiador João Gualberto diz que o estudo levanta questões importantes, mas questiona os argumentos dos pesquisadores.
“É com animação que a gente recebe a notícia de que a prestigiada Universidade de Cambridge, que existe desde o século XIII e produz conhecimento em altíssimo nível, tem se debruçado sobre a história do Brasil. No entanto, a gente chama a atenção para o seguinte: esse estudo carece da apresentação de fontes. Eles trabalham basicamente com a fonte da Carta de Caminha, o que não é suficiente. Hoje a gente sabe que aquilo que está na Carta de Caminha tem uma intencionalidade de convencer o rei; a literalidade não deve ser levada em consideração. Uma outra coisa é que os estudos sobre as navegações levam em consideração diários, passagens, além da cartografia de época.”



Foto: Gustavo Moreno/STF















