As janelas em estilo escotilha e o frontal que lembra a proa de um navio
fazem do edifício onde funcionou o cinema Rio Grande um legítimo
exemplar da Art Déco em Natal. Marco arquitetônico da Av. Deodoro e
referência para a identidade cultural da Cidade Alta, o Cine foi
inaugurado com pompas em fevereiro de 1949 e por décadas foi reduto dos
cinéfilos da capital potiguar. Templo da sétima arte até o final dos
anos 1990, desde 2009 se transformou em templo religioso sem perder seus
traços originais. Para garantir a preservação do imóvel e sua
integridade física, o cineasta Buca Dantas está propondo que o lugar
seja tombado como patrimônio a partir de argumentos culturais,
históricos, artísticos, afetivos e arquitetônicos.
Uma igreja funciona no prédio. A antiga fachada falsa foi retirada e o novo inquilino vem respeitando o traçado original
De acordo com o setor técnico do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RN) e a direção do Departamento de Patrimônio da Fundação Capitania das Artes, qualquer pessoa pode dar entrada com pedido de tombamento. “Ainda estamos dando os primeiros passos. Primeiro gerei expectativa nas redes sociais para ver o interesse das pessoas, em seguida procurei ajuda jurídica para formalizar o pedido de tombamento”, informou Buca. A princípio ele pretende procurar o Município, mas não está descartada a possibilidade de entrar com o processo de tombamento nas três esferas.
Alunos do curso de Direito da UFRN durante visita ao antigo cinema
Na
última quinta-feira (7), o cineasta visitou o local com a professora
Karoline Marinho de Souza, do curso de Direito da UFRN, e mais 30 alunos
da disciplina de Direito Administrativo 2. “Incorporamos essa proposta
de Buca como atividade final deste semestre, e os alunos que irão
elaborar a petição”, disse Karol Marinho. “Quero inseri-los em um
processo real de transformação, e como nenhum deles conheceram o Rio
Grande enquanto cinema, será a oportunidade de fazer parte de algo
histórico”, avaliou. A professora acredita que até o final de novembro o
grupo terá um documento redigido.
Buca adiantou que “o objetivo é tombar, concomitante à intenção de sensibilizar autoridades e instituições para a possibilidade de retomar as atividades cinematográficas no local”.
Ciente do desafio de buscar interesse de empresas, como o Grupo Estação que mantém cinemas de rua no Rio de Janeiro, para investir na ideia, Dantas questiona: “Por que a UFRN, que ventila a ideia de construir uma sala de cinema no Campus, não assume o projeto?”. Ontem à tarde o cineasta procurou o setor de Novas Mídias da Funcarte para ver onde a Prefeitura poderia se envolver.
“Vou continuar provocando as pessoas para a importância de termos um cinema de rua. Imagine os festivais todos funcionando ali dentro!”, entusiasma-se. Ele adiantou que também pretende buscar apoio do Ministério da Cultura. “Seria ótimo se o tombamento determinasse o uso do imóvel”.
Argumentos e justificativas
O diretor do Departamento de Patrimônio da Funcarte, Hélio Oliveira, que recentemente emitiu parecer favorável ao tombamento do casarão que abriga o Clube de Radioamadores no Tirol, informou que para um tombamento ser efetivado “depende da justificativa e dos argumentos apresentados”: “Qualquer cidadão pode entrar com um pedido desses, o que nos cabe é avaliar a importância cultural e artística para o patrimônio do Município”.
A chefe da divisão técnica do Iphan-RN, Litany Eufrásio, reforça: “Seguimos critérios para o tombamento, e com base na documentação apresentada emitimos um parecer avaliando o valor histórico do imóvel em questão. Após essa aprovação local, abre-se um processo que é enviado para a sede nacional em Brasília”.
Para o arquiteto Leonardo Flor, que possui pesquisa sobre os vestígios da Art Déco em Natal, Estética urbana experimentada de 1925 a 1939, é uma “ótima notícia saber que estão querendo tombar o Rio Grande, um prédio de grande importância histórica e cultural”.
De acordo com o setor técnico do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RN) e a direção do Departamento de Patrimônio da Fundação Capitania das Artes, qualquer pessoa pode dar entrada com pedido de tombamento. “Ainda estamos dando os primeiros passos. Primeiro gerei expectativa nas redes sociais para ver o interesse das pessoas, em seguida procurei ajuda jurídica para formalizar o pedido de tombamento”, informou Buca. A princípio ele pretende procurar o Município, mas não está descartada a possibilidade de entrar com o processo de tombamento nas três esferas.
Buca adiantou que “o objetivo é tombar, concomitante à intenção de sensibilizar autoridades e instituições para a possibilidade de retomar as atividades cinematográficas no local”.
Ciente do desafio de buscar interesse de empresas, como o Grupo Estação que mantém cinemas de rua no Rio de Janeiro, para investir na ideia, Dantas questiona: “Por que a UFRN, que ventila a ideia de construir uma sala de cinema no Campus, não assume o projeto?”. Ontem à tarde o cineasta procurou o setor de Novas Mídias da Funcarte para ver onde a Prefeitura poderia se envolver.
“Vou continuar provocando as pessoas para a importância de termos um cinema de rua. Imagine os festivais todos funcionando ali dentro!”, entusiasma-se. Ele adiantou que também pretende buscar apoio do Ministério da Cultura. “Seria ótimo se o tombamento determinasse o uso do imóvel”.
Argumentos e justificativas
O diretor do Departamento de Patrimônio da Funcarte, Hélio Oliveira, que recentemente emitiu parecer favorável ao tombamento do casarão que abriga o Clube de Radioamadores no Tirol, informou que para um tombamento ser efetivado “depende da justificativa e dos argumentos apresentados”: “Qualquer cidadão pode entrar com um pedido desses, o que nos cabe é avaliar a importância cultural e artística para o patrimônio do Município”.
A chefe da divisão técnica do Iphan-RN, Litany Eufrásio, reforça: “Seguimos critérios para o tombamento, e com base na documentação apresentada emitimos um parecer avaliando o valor histórico do imóvel em questão. Após essa aprovação local, abre-se um processo que é enviado para a sede nacional em Brasília”.
Ela
explicou que o Cine Rio Grande não está inserido no poligonal de
tombamento (centro histórico de Natal) nem na área de entorno, mas que
“nada impede do Iphan-RN se envolver”. Outro detalhe que deve ser
observado é quanto ao uso de imóveis tombados: "Não determinamos a
finalidade do uso, depende do proprietário. O que podemos fazer é
indicar, sugerir. Mas o importante é que o imóvel esteja ocupado e que
as determinações do tombamento sejam respeitadas", disse a chefe da
divisão técnica do Iphan-RN.
Para o arquiteto Leonardo Flor, que possui pesquisa sobre os vestígios da Art Déco em Natal, Estética urbana experimentada de 1925 a 1939, é uma “ótima notícia saber que estão querendo tombar o Rio Grande, um prédio de grande importância histórica e cultural”.
Alunos da UFRN Estão Querendo Tombar o Cine Rio Grande
Reviewed by CanguaretamaDeFato
on
9.11.13
Rating:
Nenhum comentário:
OS COMENTÁRIOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
REGRAS PARA FAZER COMENTÁRIOS:
Se registrar e ser membro do Blog; Se identificar (não ser anônimo); Respeitar o outro; Não Conter insultos, agressões, ofensas e baixarias; A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica; Buscar através do seu comentário, contribuir para o desenvolvimento.