As impressões Literárias que Deixaram o Flipipa

“Textos sem enigma não transcendem gerações, acabam esquecidos”, afirmou a escritora Nélida Piñon na noite de sábado (9), encerramento do Festival Literário de Pipa, logo após a performance da Orquestra Sanfônica do Museu do Vaqueiro em homenagem a Ariano Suassuna. Para uma plateia atenta que lotou a Tenda dos Autores, a imortal da Academia Brasileira de Letras contou como conheceu Clarice Lispector (1920-1977) e de quando abdicou um período da sua vida para cuidar da amiga nos últimos dias. “Conheci Clarice através de uma amiga, ela sabia que eu tinha concluído um livro e pediu para ler os originais. Um dia me ligou para ir ao cinema com ela e os filhos, nunca disse não para Clarice, nossa amizade durou 17 anos”, relembrou Nélida.

Por essas e outras histórias, reveladas a quem acompanhou a programação do Flipipa, o tempo curto de preparação e os desfalques na programação não tiraram a relevância do evento que movimentou a praia de Pipa, em Tibau do Sul, entre os dias 7 a 9 de agosto com ideias e debates em torno das muitas vertentes literárias. Poesia, romance e biografias conduziram os bate-papos nas sete mesas realizadas ao longo do evento, em torno das quais estiveram presentes, além de Nélida, os poetas cariocas Abel Silva e Ricardo Chacal, o ensaísta José Miguel Wisnik (SP) e o compositor baiano José Carlos Capinan.

Completam o time de convidados de fora do RN, o escritor e historiador Rodrigo Lacerda e o jornalista Mário Magalhães, ambos também do Rio de Janeiro, que apresentaram obras biográficas sobre Carlos Lacerda e Carlos Marighella respectivamente.