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RN: Colunista da Folha Chama Senador Rogério Marinho de Farsa do Avô: “Rascunho Malfeito de Militante Liberal”


Senador Rogério Marinho (PL) chora por golpistas que ainda seguem presos. Foto: Reprodução



O colunista da Folha de São Paulo e UOL Reinaldo Azevedo chamou o senador potiguar Rogério Marinho (PL) de “farsa do avô” Djalma Marinho após a cena de choro durante audiência pública realizada no Senado nesta quinta-feira 13. O motivo da emoção, segundo ele, foi pensar nas pessoas que estão presas pela tentativa de golpe com atentado Congresso Nacional em 8 de janeiro.

O senador do RN chegou a ser consolado pelo senador Magno Malta (PL-ES) e pelo pai, Valério Djalma Cavalcanti Marinho, que o acompanhava na audiência.

Reinaldo Azevedo disse que sentiu vergonha alheia após assistir a audiência. “Raramente me senti tão constrangido ao me imaginar na pele de outro. Marinho perdeu as noções de limite, ridículo e compostura”.

“Comoveu-se ao pensar nos golpistas que estão atrás das grades. Que fofo! Não consta que este senhor tenha derramado uma miserável lágrima pelos mais de 800 mil encarcerados no país — 40% sem sentença com trânsito em julgado. Durante a pandemia, quando seu chefe político aderiu à necropolítica, o número passou dos 900 mil. Trata-se da terceira maior população carcerária do mundo. Boa parte está confinada em masmorras, muito longe das condições salubres em que se encontram os que tentaram pôr fim à democracia, sob o silêncio cúmplice de gente como… Rogério Marinho”.

Reinaldo Azevedo disse que o momento foi “nauseante” para o Parlamento brasileiro. “O fiel servidor de um fascistoide golpista, que passou quatro anos tentando golpear a democracia e optou pela política da morte no na ‘parceria’ com a pandemia, passou, então, a falar como um militante da resistência numa França ocupada pelos nazistas”.
Reinaldo chama Marinho de “caricato extremista de direita”

Para o colunista, o senador deixou claro que suas “concepções de liberdade de expressão e imunidade parlamentar abrigam práticas e discursos criminosos”.

E continuou: “Marinho é um rascunho malfeito de militante liberal. Ele se refere ao discurso proferido pelo deputado Márcio Moreira Alves no dia 2 de setembro de 1968, denunciando tortura e pregando que as moças boicotassem a festa de formatura de militares. A ditadura exigiu que a Câmara desse licença para que fosse processado. O então presidente da CCJ, Djalma Marinho, avô de Rogério, que pertencia, note-se, à Arena, o partido da ditadura, não se vergou. O neto deveria se lembrar do que disse seu avô, citando o poeta espanhol Calderón de la Barca: ‘Ao rei tudo, menos a honra'”.

Para ele, Marinho se tornou um “caricato extremista de direita”. “Em defesa de quem, mesmo, discursava este senhor tão distinto? Dos golpistas que promoveram o mais violento ataque da história às instituições em tempos democráticos. Seu avô, apoiador do golpe de 1964, resistiu a ser mero esbirro de uma tirania e disse: ‘A honra não’. O neto topa ser escora da extrema-direita, ainda que custe a honra. Ou o que dizer um senador que não hesita em marcar os vulneráveis como alvos numa fala ‘em nome da liberdade’?”.

“Cabe a síntese: ao chamar a memória de Djalma Marinho, parece ambicionar a repetição da história. Ela se repete? Ah, é irresistível citar um certo Karl Marx: ‘Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.’ Rogério é a farsa de Djalma”, finalizou Reinaldo.
Senador Rogério Marinho (PL) chora por golpistas que ainda seguem presos. Foto Roque de Sá/Senado



#Fonte: Agorarn
RN: Colunista da Folha Chama Senador Rogério Marinho de Farsa do Avô: “Rascunho Malfeito de Militante Liberal” RN: Colunista da Folha Chama Senador Rogério Marinho de Farsa do Avô: “Rascunho Malfeito de Militante Liberal” Reviewed by CanguaretamaDeFato on 14.7.23 Rating: 5

Antes Bolsonaro Não Tivesse Voltado das Férias: Agora, Ameaça Vacinação Infantil


Jair Bolsonaro com Marcelo Queiroga: presidente e ministro unidos para sabotar a vacinação infantilImagem: Divulgação


Em seu primeiro dia de trabalho este ano no Palácio do Planalto, depois de três semanas de férias na praia, o presidente Jair Bolsonaro se dedicou a sabotar a vacinação das crianças brasileiras.

Contrariado com o anúncio do início da vacinação infantil, informado na véspera pelo Ministério da Saúde, 20 dias após a autorização da Anvisa, Bolsonaro atacou a instituição em entrevista à Rádio Nova, de Pernambuco, seu primeiro compromisso do dia.

"A Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. A minha opinião, quero dar para você aqui: a minha filha de 11 anos não será vacinada. E você tem que ler o que foi feito ontem no Ministério da Saúde, o encaminhamento disso daí, para você decidir se vai vacinar o seu filho ou não. Eu pergunto: você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de covid?"

Sim, se o presidente não sabe, algum assessor poderia informá-lo que, desde o início da pandemia, tivemos 6.163 casos de covid entre crianças, e 301 delas morreram.

"Lamentavelmente", como assim? Por que, presidente? O que autoriza o sr. presidente da República a dar opinião sobre um assunto de saúde pública, como fez no ano passado, ao atrasar a compra de vacinas para empurrar o seu "kit covid" e receitar cloroquina em lugar de vacinas?

Pior é que o seu ministro da Saúde, que é médico, o sabujo Marcelo Queiroga, reduzido a estafeta, faz declarações na mesma linha, colocando em dúvida a segurança e a eficiência das vacinas, no momento em que o mundo inteiro enfrenta uma nova onda da pandemia, com mais de 2 milhões de casos por dia, qualificada pela Organização Mundial da Saúde como "um verdadeiro tsunami".

Na contramão do mundo, em vez de convocar a população para se vacinar e levar suas crianças, o governo brasileiro faz uma campanha contra a imunização, criando obstáculos de toda ordem, como a de fazer uma consulta pública e exigir prescrição médica por ordem do seu presidente.

Foi necessária uma forte mobilização da sociedade científica contra este absurdo, que acabou sendo abandonado, no anúncio feito por Queiroga, também ele contrariado por ter que ceder no último momento, sem deixar de colocar mais minhocas na cabeça dos país, como fez na manhã de hoje, durante o lançamento do programa "Cuida Mais Brasil", ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que ele chamou de "mãe de todos os brasileiros".

Lá pelas tantas, ao falar sobre a importância da proteção às famílias, o ministro citou a morte de uma mulher grávida em maio do ano passado, que ele associou a um efeito adverso da vacina contra a Covid-19. Quem? Quando? Aonde? Isso ele não falou.
 
 
 
 
 
#Fonte: Ricardo Kotscho, Colunista do UOL
Antes Bolsonaro Não Tivesse Voltado das Férias: Agora, Ameaça Vacinação Infantil Antes Bolsonaro Não Tivesse Voltado das Férias: Agora, Ameaça Vacinação Infantil Reviewed by CanguaretamaDeFato on 7.1.22 Rating: 5

OPINIÃO: Muito Barulho Para Nada: PERDEU, BOLSONARO, VAI TRABALHAR!

Bolsonaro discursa em SPImagem: Reprodução

Só um em cada cinco brasileiros ainda apoia o governo Bolsonaro, segundo todas as últimas pesquisas, 32 meses após a posse em janeiro de 2019.

Se ele imaginava que poderia estancar a sangria na sua popularidade, mobilizando seus seguidores para ocupar as ruas neste 7 de Setembro, Bolsonaro deu mais um tiro no pé.

Foi muito barulho para nada, só muita fumaça e bravatas, com mais ameaças antidemocráticas para agradar os já convertidos da seita bolsonarista.

Sim, havia muita gente nas ruas em Brasília, no Rio e em São Paulo, mas muito menos do que ele sonhava para virar o jogo. Em vez de milhões, foram milhares, os mesmos de sempre, enrolados em bandeiras para gritar "mito!".

Bolsonaro partiu para o tudo ou nada, e não ganhou nada.

De manhã, em Brasília, ao ameaçar novamente o Supremo Tribunal Federal, do alto de um carro de som, ele convocou uma reunião do Conselho da República para amanhã.

Mas, à tarde em São Paulo, já tinha desistido da ideia, diante do fracasso da sua nova cloroquina, bombardeada por todos os lados, demonstrando como está completamente perdido.

O capitão queria dar uma demonstração de força, mas colheu mais rejeição ao seu governo, já isolado politicamente, e perdendo apoio até entre o Centrão e nos setores do mercado que o apoiaram e bancaram na campanha de 2018.

Durante os últimos dois meses, Bolsonaro largou de vez o trabalho de governar o país, algo que ainda não começou a fazer, para viajar pelo país às nossas custas e mobilizar os devotos, com discursos cada vez mais radicais contra as instituições.

Quando isto custou ao país, com o uso da estrutura do Estado, paralisado à espera do 7 de Setembro de Bolsonaro?

Em nenhum dos discursos, entre uma e outra motociata, o capitão apresentou soluções para os graves problemas reais que assolam o país.

Amanhã, o desemprego, a fome, a inflação, a pandemia e a crise hídrica que pode nos deixar sem água e sem energia elétrica, tudo continuará do mesmo tamanho. Nada disso preocupa o presidente, não está na sua pauta.

No seu alucinado discurso da avenida Paulista, Bolsonaro voltou às suas obsessões: falou do "voto impresso e auditável", ameaçou o ministro Alexandre Moraes, do STF, e avisou os "canalhas" que nunca será preso, porque não vai mais respeitar as ordens da Justiça.

O inimigo oculto da sua fala, porém, foi o ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas de 2022 e é o maior obstáculo à sua permanência no poder.

Como sabe que, em condições normais de temperatura e pressão, com as leis vigentes, não terá a menor condição de se reeleger, e ainda corre o risco de ser apeado do poder antes do fim do mandato, o presidente atacou o sistema eleitoral e apelou mais uma vez a Deus, a sua última defesa, já no desespero.

Se a democracia brasileira não estivesse tão esgarçada, normalizando o absurdo, Bolsonaro sairia de cima do carro de som na Paulista direto para a cadeia, acenando pela última vez aos seus devotos.

Caso as instituições democráticas reajam a seus ataques constantes e repetidos, sempre os mesmos, este pode ter sido o discurso do começo do fim do governo Bolsonaro.

Para quem conhece sua história no Exército e na Câmara, não deveria ser nada surpreendente. Sempre foi um arruaceiro, cafajeste, terrorista

Como tenente, queria jogar bombas nos quartéis e na estação de águas do Rio de Janeiro. Foi reformado como capitão, função que nunca exerceu, aos 33 anos.

Agora, ele ameaça um país inteiro para salvar a sua pele e a dos filhos das "rachadinhas", que deram origem a um império imobiliário.

Como esse elemento pode ter sido eleito presidente do Brasil com 58 milhões de votos?

É isso que não consigo responder.

A melhor imagem desses atos antidemocráticos, que Bolsonaro tanto procurava para mostrar ao mundo, é a dos seus fiéis indo embora dos protestos a favor, de cabeça baixa, arrastando suas bandeiras pelo asfalto, neste dia quente de inverno que passou como a fumaça daqueles tanques velhos que desfilaram para ele em frente ao Palácio do Planalto.

E agora, Jair?, perguntaria o poeta Drummond.

Só lhe resta uma saída: começar a trabalhar, governar o país.

Mas, pensando bem, é melhor deixar como está.

Ainda pode piorar.

Vida que segue.

Em tempo: a Polícia Militar de São Paulo acaba de divulgar a estimativa de público na avenida Paulista: 125 mil pessoas.
Bolsonaro esperava 2 milhões... A rebelião bolsonarista flopou.







#Fonte: Uol, 
BALAIO DO KOTSCHO

OPINIÃO: Muito Barulho Para Nada: PERDEU, BOLSONARO, VAI TRABALHAR! OPINIÃO: Muito Barulho Para Nada: PERDEU, BOLSONARO, VAI TRABALHAR! Reviewed by CanguaretamaDeFato on 8.9.21 Rating: 5

OPINIÃO: Sob Bolsonaro, Brasil Ganha Aparência de Hospício Administrado Pelos Loucos


Quem observa o Brasil de longe fica com a impressão de que o país virou um hospício dirigido pelos loucos. É como se a democracia brasileira concedesse licença aos malucos para administrar o manicômio. Na penúltima troca de indiretas, os presidentes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário despejaram sobre a paciência dos brasileiros um amontoado de obviedades.

Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, disse na abertura da sessão da Corte que a democracia pressupõem manifestações pacíficas respeito e que "liberdade de expressão não abrange violência e ameaça".

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso Nacional declarou após encontro com governadores que "não se negocia a democracia" e que qualquer "intervenção ou autoritarismo tem que ser rechaçado".

Bolsonaro, suposto presidente da República, declarou em solenidade e na live, em timbre irônico, que "o país está em paz" e "ninguém precisa temer o 7 de Setembro".

Afirmar que não há democracia sem respeito à constituição ou que o autoritarismo merece repúdio é algo tão banal quanto afirmar que o ser humano respira o ar porque morreria se obstruísse as vias respiratórias.

As autoridades brasileiras enveredaram para essa conversa de malucos porque, ao contrário do que diz Bolsonaro, o país não está em paz e todos passaram a temer o 7 de Setembro como quem receia o Juízo Final.

O brasileiro que acorda cedo, sacode no ônibus a caminho do trabalho ou da fila do desemprego observa todo esse falatório sobre democracia e se pergunta: e se democracia for isso mesmo? O que diabos tudo isso tem a ver com o meu arroz com feijão?

Diante de um cenário tão alucinado, o melhor que as pessoas poderiam desejar para o feriado do Dia da Independência é mesmo a chegada do Apocalipse. A alternativa ao fim do mundo é acordar no dia 8 de Setembro com o bolso vazio, a inflação a pino, a geladeira oca e um presidente que se revela capaz de tudo, exceto de presidir os problemas que ele mesmo cria.

É como se o Brasil fosse comandado por um psicótico, que transforma a Presidência num castelo no ar, condenando os brasileiros a morar na sua alucinação, e transformando os chefes dos outros Poderes em psiquiatras impotentes que demoram a apresentar a conta para o maluco.







#Fonte: Uol, JOSIAS DE SOUZA

OPINIÃO: Sob Bolsonaro, Brasil Ganha Aparência de Hospício Administrado Pelos Loucos  OPINIÃO: Sob Bolsonaro, Brasil Ganha Aparência de Hospício Administrado Pelos Loucos Reviewed by CanguaretamaDeFato on 4.9.21 Rating: 5

OPINIÃO: Golpistas do Dia 7 Isolarão Bolsonaro Ainda Mais; É o Lado Bom da Patuscada

Bolsonaro encara o seu futuro. Quanto mais tenta se impor pela força, mais fica isoladoImagem: Reprodução


Certas formulações de jerico começam a frequentar até os textos de pessoas obviamente comprometidas com a defesa da ordem democrática e que repudiam alguns trogloditas fascistoides hoje aboletados no Estado. E aí se diz então: "Ah, se a manifestação do dia 7 de Setembro for gigantesca, Jair Bolsonaro obterá uma vitória importante..." Calma lá.

Se for um fiasco, é óbvio que ele estará acabado antes da fim do festa — ou do festim diabólico a que estamos submetidos. Mas, obviamente, não será. Podem contar que haverá muitos milhares nas ruas. E isso significará o quê? Nada! Coisa de um quarto do eleitorado ainda vota nele. Parte dessa gente é composta de fanáticos que acreditam em tudo o que diz e que seguem o seu comando. E vão para as ruas: pelo voto impresso, pelo fechamento do Supremo, contra os comunistas, contra as vacinas com chip... Escolham aí a causa.

Isso terá o condão de intimidar o Supremo? Acreditem: não vai mesmo. Se Bolsonaro espera alguma concessão arrancada na base da intimidação, então não sabe o erro que está cometendo. De resto, vamos ver: se a oposição fizer, na sequência, uma manifestação ainda maior em favor do impeachment, isso quererá dizer que o ogro vai cair? Nem uma coisa nem outra.

O dia 7 vai servir apenas para Bolsonaro evidenciar que continua competitivo. Digamos que se trata de um esforço para tentar impedir que surja o tal nome da terceira via, que, para ser viável, tem de arrancar mais eleitores seus do que de Lula. Como é crescente o descontentamento de setores da elite que estavam fechados com o "capitão" até ontem, ele sabe que o risco existe — ainda que pequeno hoje. É crescente a constatação, na turma do dinheiro grosso (não me refiro a bucaneiros exibidos), de que o país não tem futuro "com esse cara". E ele precisa dar uma demonstração de força.

"Mas Bolsonaro não sonha, Reinaldo, com uma manifestação gigantesca de pessoas pedindo o fechamento do Supremo, saudando-o como o grande líder, seguida de uma quartelada que o chamasse de chefe?" Sonha, sim, caras e caros. Mas sabem quantos são, no momento em que você lê este texto, os Napoleões de hospício e de si mesmos mundo afora? Entre o sonho e a realidade, costuma estar a impossibilidade.

Nesta quarta, no Dia do Soldado, os militares devem se pronunciar. Fiquemos atentos.

De um importante empresário — que nunca foi bolsonarista, mas que convive num meio altamente bolsonarizado (até outro dia...) —, ouvi uma avaliação que já está sendo feita entre seus pares: "E se ele ganhar? Está queimando tantas pontes e incendiando tantos navios que o futuro se torna ainda mais sombrio".

Pois é. Sabemos que Bolsonaro não precisa de motivos objetivos para declarar guerra contra adversários que só litigam na sua imaginação, naquela terra devastada que tem entre as orelhas. Ou suas milícias não teriam começado a atacar o Judiciário e o Legislativo já no dia 2 de janeiro de 2019, dando continuidade à linguagem da campanha eleitoral.

REUNIÃO COM PODERES?
É por isso que não faz muito sentido, na sua estratégia ao menos, uma reunião entre os Poderes, com a presença dos governadores. E aí pouco importa a sua ojeriza a João Doria. Ocorre que Congresso e STF não têm concessões a fazer. O único que teria algo a ceder seria ele próprio: teria de pôr fim à sua postulação golpista. Mas aí vai dizer a seus fanáticos o quê?

Até o centrão, que vive as delícias orçamentárias do poder, sabe que a equação não tem futuro. Vai tentando empurrar Bolsonaro com a barriga até a disputa eleitoral, numa estratégia de redução de danos.

E quais as chances de o presidente amenizar o discurso depois do dia 7? Bem, respondo com outra pergunta: amenizaria por quê? Lá estarão os seus lunáticos, certos de que podem se impor pelo berro e esperançosos de que as Forças Armadas, na hora h, não faltarão e impedirão a sua derrota — o que não vai acontecer.

O FUTURO
O que os democratas têm de fazer desde já -- e essa costura tem de começar agora, não mais tarde -- é um pacto em favor da governabilidade a partir de 2023. A instabilidade que Bolsonaro levou à política tenderá a durar bastante tempo. A besta não voltará facilmente para a caverna. A corrosão institucional nestes dois anos e oito meses de desordem é grande. Crimes em penca foram e estão sendo cometidos. Os militantes do golpe de estado terão de ser contidos pela lei.

Vejam, a propósito, a pregação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), insuflando a PM de São Paulo contra o governador e falando abertamente em ruptura institucional. É evidente que a democracia não pode tolerar esse tipo de pregação se não quiser conviver com a instabilidade permanente e com a condenação ao atraso. Há setores importantes no país, inclusive na imprensa, que não se deram conta da dimensão da corrosão em curso.

Não. Não haverá golpe. Mas precisaremos de muito tempo para rearranjar as coisas quando esse pesadelo passar. E haverá muito a fazer em defesa da ordem democrática. Especialmente num país em que até alguns juízes confundem crime com liberdade de expressão.

CONCLUO
Bolsonaro não vai desistir na pregação golpista. Não é que seja a sua melhor opção. É a única. Sem isso, não existe. E conta, sim, com um apoio expressivo, especialmente quando se consideram as enormidades que diz. Conseguiu a proeza de encarnar todos os reacionarismos do país -- os novos e os ancestrais. E haverá, pois, muita gente na rua no dia 7. E isso só vai evidenciar por que ele não pode continuar na Presidência da República. Tem de sair por meio do impeachment (chance ainda remota) ou das eleições.

Na planície, terá de pagar por seus crimes.



#Fonte: Reinaldo Azevedo - Colunista Uol




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OPINIÃO! Bolsonaro Alega Complô Petista na Urna Enquanto 'Conspira' para Eleger Lula


Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Ricardo Stuckert/ Instituto Lula




Um dos embustes apresentados por Jair Bolsonaro para atrair seus fãs às manifestações em prol do voto impresso (e em defesa de um golpe de Estado), neste domingo (1), foi de que há um complô do Tribunal Superior Eleitoral para eleger Lula presidente em 2022.

Quem conhece os envolvidos solta uma gargalhada quando ouve essa estupidez, pois é mais fácil o tal camelo passar pelo buraco da tal agulha do que essa conspiração acontecer.

Pelo contrário, se a história recente nos ensinou algo, é que representantes do Poder Judiciário operaram para impedir Lula de participar da eleição presidencial de 2018. Um deles, inclusive, era um juiz federal que o tirou do pleito e, logo depois, virou ministro de Jair Bolsonaro.

O embuste é porque o principal cabo eleitoral do petista tem sido o próprio presidente da República, que realiza um governo ruim nas dimensões mais básicas. Suas ações diante da covid-19 geraram 14,8 milhões de desempregados, de acordo com o IBGE, e 556.437 mortos. Até agora.

Seja pelo negacionismo, seja pela corrupção na compra de vacinas, o governo esticou os picos da pandemia por muito mais tempo, fazendo com que perdêssemos postos de trabalho e amigos, colegas e parentes.

Até o auxílio emergencial, criado por pressão do Congresso Nacional, foi reduzido a valores pífios, com um piso de R$ 150 que não compra 25% da cesta básica em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Floripa, de acordo com dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Se Bolsonaro não fosse péssimo para a maioria dos trabalhadores e uma tragédia para os seres vivos em geral, das árvores aos humanos, ele não estaria com 51% de reprovação e 24% de aprovação, segundo o Datafolha, nem perdendo com amplas margens para Lula nas pesquisas de intenção de voto para 2022.

Não só porque é o presidente e, portanto, detém a máquina de fazer bondades e maldades, mas também porque chefes de governo tiveram a chance de serem vistos como líderes na guerra travada pelo mundo contra a pandemia. E líderes em tempos de guerra podem se tornar heróis, como a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.

Mas sendo mais negacionista que Donald Trump, que ao menos encomendou vacinas em massa o mais rápido que pode, Jair preferiu ser lembrado como vilão.

A reclamação é apenas retórica, claro, pois esperar que Bolsonaro atuasse em prol dos trabalhadores humildes e não apenas de seus interesses pessoais e largasse mão da necropolítica que sempre o definiu seria esperar que um cachorro não latisse, um gato não miasse e um pato não flutuasse.

Em suma, ele não fez a população mais feliz e, por conta disso, outra pessoa está melhor posicionada nas pesquisas.

Isso pode mudar, claro. Temos mais de um ano até as eleições, o que é tempo mais do que suficiente para que o centrão, que está tomando os arreios do governo, busque beneficiar os mais pobres, com um aumento do Bolsa Família ou mesmo a extensão do auxílio emergencial 2022 adentro.

Ao mesmo tempo, o centrão pode tentar frear a sabotagem bolsonarista no combate à doença, principalmente se a variante delta repetir aqui o estrago que está causando em outras partes do mundo. O que seria irônico, uma vez que expoentes do centrão estão citados no escândalo de superfaturamento da compra de vacinas, ou seja, foram sócios da sabotagem.

Manifestações como a deste domingo apontam que o presidente se prepara para não reconhecer uma eleição em que não saia como vencedor. Ele não traz provas de que a urna eletrônica é passível de fraudes, apenas convicções bizarras que servem para excitar o seu rebanho - que ama uma teoria da conspiração. Incluir a impressão de votos na urna, do jeito que é proposto por ele, sem debate e cheio de mentiras, abre caminho para falcatruas ao invés de coibi-las.

A palavra de Jair basta para muitos irem às ruas, semeando o terreno de um golpe eleitoral em 2022. Com polícia, com milícia, com tudo.

Certos parasitas sugam o hospedeiro, mas não até a morte, pois sabem que dependem dele de terceiros para sobreviver. A questão é saber se o centrão vai conseguir salvar Bolsonaro dele mesmo.






#Fonte: Uol, LEONARDO SAKAMOTO

OPINIÃO! Bolsonaro Alega Complô Petista na Urna Enquanto 'Conspira' para Eleger Lula OPINIÃO! Bolsonaro Alega Complô Petista na Urna Enquanto 'Conspira' para Eleger Lula Reviewed by CanguaretamaDeFato on 2.8.21 Rating: 5

OPINIÃO! Neymar, Deixa Eu Te Contar o Que é Torcer Contra o Brasil

Torcer contra o Brasil é se colocar ao lado de um presidente genocida. É posar sorridente com um candidato que disse que algumas mulheres merecem ser estupradas. É apoiar político que compara negro a gado. É aceitar de bom grado jogar uma Copa América em solo nacional durante uma pandemia, sobre 530 mil corpos, sem jamais se manifestar a respeito da falta de um planejamento nacional decente de imunização ou sequer pedir por vacinação rápida. Torcer contra o Brasil é sonegar imposto de renda, é calar diante de acusações de assédio moral e sexual, é ser conivente com políticas públicas que aprofundam desigualdades.

Torcer contra o Brasil é jamais se colocar politicamente, mesmo diante das maiores evidências de que a população brasileira está sendo vítima de um extermínio. É fingir que não está por dentro das acusações de corrupção na compra das vacinas que poderiam ter evitado a morte de quase 400 mil brasileiros e brasileiras e deixar de emitir nota de repúdio a respeito. Torcer contra o Brasil é ignorar o que está acontecendo no seu país, ignorar o sofrimento de toda uma nação, ignorar o genocídio cometido por uma administração autoritária, desumana, miliciana e seguir sua vida de celebridade vibrante sem usar um mínimo da sua influência para ajudar as pessoas que nasceram nesse país que você diz defender com muito orgulho, com muito amor.
Tudo isso aí é torcer contra o Brasil.

Já apoiar a seleção da Argentina, que joga contra um time de calados covardes que usa a camisa amarela símbolo de um vergonhoso golpe contra Dilma Rousseff, não é torcer contra o Brasil. É, pelo contrário, torcer a favor de alguma decência, de alguma moralidade, de alguma dignidade. Torcer contra uma seleção brasileira que em nada representa sua população, uma seleção que jamais se coloca ao lado do povo, que se encastela em berço esplêndido ao calar diante de situações de injustiças e opressões não é torcer contra o Brasil; é torcer a favor.

Então, Neymar, Tite e companhia, coloquem sua viola desafinada no saco porque todos nós que estamos aqui na luta para derrubar esse governo genocida, e que por isso torcemos pela Argentina, somos, sem nenhuma dúvida, mais patriotas do que qualquer um de vocês. Covardes.


#Fonte: Uol, MILLY LACOMBE






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OPINIÃO: "Rachadão" das Vacinas Pode Ser a Pá de Cal no Moribundo Governo Bolsonaro

Chefe de importação do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, e o deputado Luis Miranda (DEM-DF), durante depoimento à CPI da CovidImagem: Jefferson Rudy/Agência Senado


Faltava pouco para as 11 da noite de sexta-feira. Ultimo orador inscrito, foi chamado para falar o senador Fabiano Contarato (Rede Sustentabilidade-ES).

"Está sacramentado que a permanência do presidente da República no Palácio do Planalto se torna insustentável. A Câmara dos Deputados tem de ter a hombridade, a responsabilidade de abrir um dos 130 pedidos de impeachment".

A esta altura, a barulhenta tropa de choque do governo já tinha abandonado o recinto. Os gritos histéricos cessaram, um grave silêncio tomou conta do auditório do Senado onde está instalada a CPI da Pandemia. Parecia que alguém havia morrido: o governo Bolsonaro.

Um servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, tinha acabado de fazer a autopsia do maior escândalo de corrupção do governo Bolsonaro, que agoniza em praça pública e deixa um mal cheiro no ar.

Em plena pandemia, que já deixou mais de 500 mil mortos, um contrato de R$ 1,6 bilhão foi assinado pelo Ministério da Saúde em fevereiro para importar vacinas da Índia, que nunca chegariam ao Brasil.

Levado ao Palácio da Alvorada num sábado à tarde por seu irmão, o deputado Luís Miranda (DEM), da base aliada do governo, o servidor contou em detalhes ao presidente Jair Bolsonaro a maracutaia que estava sendo armada para um pagamento antecipado de R$ 220 milhões num paraíso fiscal de Cingapura, antes que a vacina fosse aprovada pela Anvisa e chegasse ao Brasil.

Luís Ricardo se queixou que estava sofrendo pressão de superiores para acelerar o negócio. Bolsonaro ouviu tudo, prometeu acionar a Polícia Federal para investigar o caso e, no meio da conversa, citou o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, "que deve estar metido nesse rolo".

Ex-ministro da Saúde no governo de Michel Temer, Barros é um conhecido operador do Centrão, ligado ao laboratório Precisa, que fez a intermediação da compra na Índia. Foi ele o autor de uma emenda à medida provisória sobre a importação de vacinas para trazer logo a indiana Covaxin.

Quando era ministro, Barros já tinha feito um pagamento antecipado de R$ 20 milhões para a mesma Precisa pela compra de remédios para doenças raras que nunca foram entregues, alvo de um processo que se arrasta até hoje na Justiça.

A história toda da Covaxin é muito enrolada, mas o fato é que Bolsonaro não acionou a Polícia Federal e entregou o caso ao general Eduardo Pazuello, que estava de saída do Ministério da Saúde, e não encontrou nada de errado na negociação feita pelo coronel Elcio Franco, seu secretário-executivo e homem de confiança. Hoje, os dois trabalham com o presidente no quartel do Palácio do Planalto.

Graças à coragem de Luís Ricardo, o pagamento não foi feito, o negócio não foi para a frente, mas o dinheiro para comprar a Covaxin continua empenhado pelo governo. O valente ministro Onyx Lorenzoni, perdoado por Sergio Moro, agora quer investigar o servidor.

No mínimo, Bolsonaro pode ser denunciado pela CPI pelo crime de prevaricação, mas ele parece não estar preocupado com esse novo escândalo no seu governo, que ele nega, na mesma semana em que o ministro Ricardo Salles pediu demissão para não ser preso, por outros rolos, como contrabando de madeira da Amazônia.

Como se não tivesse nada a ver com isso, neste sábado Bolsonaro apareceu lépido e fagueiro em Chapecó (SC), para participar de mais uma motoceata e de reuniões com empresários e lideranças evangélicas, dando prosseguimento normal à agenda da sua campanha pela reeleição.

Sem nunca ter sido incomodado pelos negócios com as "rachadinhas" de Fabrício Queiroz nos gabinetes da família, depois de virar presidente improvável, agora Bolsonaro pode encontrar no "rachadão" das vacinas a pá de cal do seu governo, que está derretendo e só ele não vê.

Se antes faltava povo na rua para pedir o "Fora Bolsonaro" e um escândalo para chamar de seu, agora não falta mais nada. Nas redes sociais só se fala em impeachment _ contra ou a favor.

Partidos de oposição e movimentos sociais já estão pensando em antecipar as novas manifestações marcadas para 24 de julho e, na quarta-feira, a Câmara vai receber um "superpedido" de impeachment em nome da sociedade civil, com o conjunto da obra bolsonarista, incluindo agora o "rachadão".

Com a popularidade em queda e a CPI do Senado fechando o cerco para responsabilizá-lo pelo fracasso do combate à pandemia, que já levou a mais de 500 mil mortos e 18 milhões de contaminados, está se formando a tempestade perfeita para o governo do ex-capitão, eleito "contra tudo isso que está aí", prometendo uma "nova política" para "acabar com a corrupção".

Estamos vendo no que deu. O senador Fabiano Contarato tem toda razão. A permanência de Jair Bolsonaro no governo se tornou insustentável.

Mais dia, menos dia, esse pesadelo precisa ter um fim. Chega!

O país não aguenta mais tanto descaso desse desgoverno genocida e corrupto, que já desistiu de governar faz tempo. Se é que um dia começou.

Vida que segue.
 
 
 
 
#Fonte: Uol, BALAIO DO KOTSCHO




















































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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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BALAIO DO KOTSCHO





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OPINIÃO: "Rachadão" das Vacinas Pode Ser a Pá de Cal no Moribundo Governo Bolsonaro OPINIÃO: "Rachadão" das Vacinas Pode Ser a Pá de Cal no Moribundo Governo Bolsonaro Reviewed by CanguaretamaDeFato on 27.6.21 Rating: 5

Acuado, Bolsonaro Vive a Terceira Onda da Irresponsabilidade Sanitária


Bolsonaro orgulha-se do seu passado de paraquedista no Exército. Mas no exercício da Presidência demora a perceber que o cérebro é como um paraquedas. Só funciona quando está aberto para a realidade. O capitão está acuado pelos depoimentos de Henrique Mandetta e Nelson Teich. Os dois ex-ministros revelaram na CPI da Covid detalhes do modelo anticientífico que o presidente impôs à Saúde na gestão da pandemia. Indefeso na comissão, Bolsonaro inaugurou a terceira onda de sua irresponsabilidade sanitária.

Contra as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos, Bolsonaro ameaça novamente baixar um decreto para "garantir o direito de ir e vir". Num instante em que o Brasil depende de insumos da China para fabricar vacinas, insinua que o coronavírus é parte de uma "guerra química" deflagrada de propósito pelos chineses. "Que país mais cresceu seu PIB?", indagou, como se enxergasse motivação econômica na trama que enxerga em Pequim. Às voltas com a escassez de vacinas, chamou de "canalhas" as pessoas que se opõem ao tratamento precoce com a ineficaz hidroxicloroquina.

Há três tipos de gestores públicos: os que fazem, os que mandam fazer e Bolsonaro, que pergunta a si mesmo, atônito: O que está acontecendo? Na primeira onda de sua gestão irresponsável, o capitão deixou a "gripezinha" acontecer. Na segunda onda, impediu que acontecesse a gestão técnica dos doutores que colocou na pasta da Saúde. Receitou a cloroquina e convidou o brasileiro a desafiar o vírus de peito aberto —"Como homem, porra, não como um moleque", pois o Brasil precisa "deixar de ser um país de maricas."

Agora, na terceira onda, Bolsonaro pergunta aos seus botões o que está acontecendo na CPI. Como os botões não respondem, porque não falam com qualquer um, o presidente ignora a lógica de funcionamento do paraquedas e se fecha em seus rancores, lançando diatribes no ventilador.

Em setembro de 2015, ainda como deputado federal, Bolsonaro discursou na Câmara durante cerimônia de homenagem aos medalhistas dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Toronto. Falou do seu passado de atleta. A certa altura, relatou um acidente que sofreu.

"Eu lembro de um salto na brigada paraquedista em que eu quebrei os quatro membros", declarou o então deputado Bolsonaro. "Quando eu dei um salto e quebrei os dois braços, tudo bem. Agora as duas pernas... Foi quando eu fui apresentado ao astrágalo, um osso da região do calcanhar. Eu deixei de ser atleta. Eu sofri muito com aquilo. Situação semelhante aos paralímpicos. Se bem que não perdi nada, mas perdi o movimento da perna direita, ou da pata traseira direita como alguns dizem, dado ao meu apelido naquele momento."

O apelido de Bolsonaro no Exército era "Cavalão". Daí a referência jocosa à "pata traseira". No futuro, quando conseguir refletir sobre sua Presidência sem colocar a culpa nos outros, o capitão talvez perceba que sua mente fechada produziu danos infinitamente maiores do que o salto malsucedido de paraquedas. A pilha de cadáveres continua crescendo. Não é uma fraturazinha. A reiteração da irresponsabilidade aponta para a marca de 500 mil corpos.






#Fonte:

Josias de Souza, Colunista do UOL

Acuado, Bolsonaro Vive a Terceira Onda da Irresponsabilidade Sanitária Acuado, Bolsonaro Vive a Terceira Onda da Irresponsabilidade Sanitária Reviewed by CanguaretamaDeFato on 6.5.21 Rating: 5

OPINIÃO!! O Tenente das Bombas e o Soldado Miliciano: COMO ELES PUDERAM SER ELEITOS??

Reprodução


Deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ): com o prontuário que tem, como poderia ser eleito com mais de 31 mil votos?Imagem: Arquivo pessoal

 

"A que ponto chegamos", lamenta Merval Pereira em sua coluna no Globo, desconsolado com os rumos do país.

Para entender como chegamos até aqui, caro colega, bastaria pegar o currículo, ou melhor, o prontuário de dois personagens que se cruzaram nas eleições de 2018, e analisar a nossa responsabilidade como jornalistas nesta história, que começa na Lava Jato, passa pelo Alto Comando do Exército e desemboca nas ameaças ao Supremo Tribunal Federal.


Ambos abandonaram as fardas para se tornar políticos, depois de serem processados e presos por suas corporações, e foram candidatos pelo PSL, um partido nanico de aluguel, que lhes ofereceu a legenda, assim como a muitos outros policiais e militares eleitos na onda conservadora da chegada pelo voto da extrema-direita ao poder.

Por isso, urge criar antes das próximas eleições uma cláusula de barreira para exigir dos candidatos a apresentação do atestado de antecedentes e de um exame de sanidade mental.


Falo, é claro, do presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Daniel Silveira, dois personagens emblemáticos destes tempos de insânia, idiotia, colera e demência, que colocam em risco a nossa democracia.

A falta dessas exigências básicas para o exercício de um mandato popular ajuda a explicar como chegamos até aqui, em meio a mais uma crise institucional que paralisa o país, já assolado pela pandemia e a falta de vacinas. Nesta quinta-feira, foi adiada a votação da MP das Vacinas para a Câmara discutir o que vai fazer com o elemento.

Como eles puderam ser eleitos?

O tenente Bolsonaro foi processado no Superior Tribunal Militar por vários delitos graves, ao planejar atentados a bomba a quartéis e à estação de abastecimento de água do Rio de Janeiro, para reivindicar aumento de salários da tropa. Punido com alguns dias de prisão, acabou sendo absolvido no STM e reformado como capitão, aos 33 anos, para se candidatar a vereador e iniciar sua carreira política. .

O soldado da PM Daniel Silveira, que usava a sua página no Facebook para atacar líderes religiosos e a imprensa, tem um robusto prontuário em que constam 26 dias de prisão, 54 de detenção e 14 repreensões por atos de desobediência e falta ao trabalho. Em 2018, seguiu a mesma trajetória de Bolsonaro e se elegeu deputado federal, com 31 mil votos, depois de rasgar uma placa que homenageava a vereadora Marielle Franco, fuzilada por milicianos, também ex-PMs.

A Polícia Militar do Rio, onde a família Bolsonaro recrutou assessores para seus gabinetes, é a maior fornecedora de mão-de-obra para as milícias cariocas.

Daniel Silveira pode até não ter carteirinha de miliciano, mas revela no seu comportamento o mesmo vocabulário grosseiro e métodos violentos e cafajestes dos ex-colegas de farda, que trocaram a segurança pública pelo crime organizado, e foram protestar contra a sua prisão diante da carceragem da Polícia Federal, no Rio, onde está detido.

Esse é o caldo de cultura onde vicejou o bolsonarismo raiz, bem retratado nos filmes Tropa de Elite 1 e 2, de José Padilha, com roteiro de Bráulio Mantovani, que termina com um sobrevoo de Brasília, para mostrar numa cena premonitória onde eles poderiam chegar.

Até desfechar num vídeo inenarrável o violento ataque verbal ao STF, onde é investigado por participação em atos antidemocráticos, Daniel Silveira fazia parte da tropa de choque do presidente Bolsonaro no Congresso, era um dos seus homens de confiança.

Como dizia o costureiro e ex-deputado Clodovil, "boi preto conhece boi preto".

Até o momento em que escrevo, o presidente Bolsonaro ainda não havia saído em defesa do correligionário, depois de o pleno do STF chancelar a prisão de Silveira por 11 a 0, algo muito raro na Corte.

Assim como seu líder, o ex-PM, legítimo "cidadão de bem", resolveu testar os limites das instituições. Perdeu.

A pergunta não deveria ser o que ele fará agora, mas como um meliante com esse perfil pode chegar à Câmara dos Deputados?

Se a cláusula de barreira para candidatos já estivesse em vigor, e as instituições realmente funcionassem, Daniel Silveira seria apenas mais um miliciano aloprado, e Jair Bolsonaro jamais chegaria à Presidência da República.

Agora, não adianta ficar indignado com as confissões do general Villas Bôas sobre a participação do Alto Comando do Exército na operação golpista para impedir Lula de ser candidato em 2018.

Os eleitores poderiam não saber quem era o "Mito", mas os jornalistas e o comandante do Exército tinham obrigação de conhecer seu currículo.

Pois foram eles, junto com a Lava Jato de Sergio Moro, os responsáveis por abrir o caminho para a eleição do tenente terrorista, que na garupa dele levou os militares de volta ao poder.

Só falta saber agora quem será capaz de mandá-los de volta aos quartéis.

Vida que segue.


Fonte: Uol



Balaio do Kotscho 

(Ricardo Kotsho - Colunista Uol)

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Bolsonaro Governou para seus Fãs e Deixou Queda do Desemprego de Lado



Manifestação pró-Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, no dia 26 de junho. Foto: Nelson Almeida/AFP


Bolsonaro, ao longo dos primeiros seis meses de seu governo, fortaleceu a relação com seus fãs, tentando entregar a eles a distopia de extrema direita que defendeu por anos. Em troca, espera fidelidade para que defendam seu governo – mesmo que parte dessas medidas tenha sido bloqueada pelo Congresso ou o Supremo Tribunal Federal. Tanto que o apoio à sua gestão cresceu junto a esse público e também entre os mais ricos (de 41% para 52%, entre quem ganha mais de dez salários mínimos), enquanto a rejeição aumentou entre outros grupos. Hoje, 33% da sociedade acha que está tudo indo bem, 31% espera para ver o que acontece e 33% considera que ele está mandando mal, de acordo com a pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda (8).

Os números vão ao encontro da última pesquisa Ibope, divulgada no dia 27 de junho, na qual 32% da população considerava o governo ótimo ou bom, 32% regular e 32% avaliam-no como ruim e péssimo. O presidente conseguir dividir o país não em dois, mas em três. Difícil dizer com uma série histórica tão curta.

A situação é transitória e depende, acima de tudo, da economia. A Bolsa de Valores sobe na expectativa da aprovação da Reforma da Previdência, mas isso não se traduz em mudanças significativas no mundo real. A estimativa de crescimento do PIB deste ano continua caindo e os empregos gerados são precários e de baixa qualidade ao mesmo tempo que insuficientes para reduzir significativamente tanto a população desempregada quanto a subutilizada, na casa dos 28,5 milhões.


Se o país voltar a crescer e seu vigor reduzir de forma drástica a taxa de desocupação, criando postos de trabalho formais e aumentando a renda média do trabalho, haverá reorganização desses terços, com aumento da aprovação do governo. Mas, se isso acontecer, não será por mérito do governo – que, por ignorância, despreparo e arrogância, passa por cima dos preceitos básicos da gestão pública, da democracia e da civilidade. Será mérito tanto de articulações republicanas quanto do fisiologismo de sempre no Congresso Nacional.


Para uma imensa quantidade de trabalhadores, o presidente poderia até empreender a cruzada ideológica que quisesse, desde que melhorasse primeiro a qualidade de vida. Lembremos da onda que atropelou as denúncias do Mensalão e reelegeu Lula em 2006 diante de uma economia em crescimento. O grosso da população pobre não é de direita, nem de esquerda. Ela é pragmática.


Pressionado a apresentar propostas para a geração de postos de trabalho formais, o presidente respondeu que quem cria emprego é a iniciativa privada e sua função deve ser “não atrapalhar”, desviando-se da responsabilidade. Disse que tem “pena”, mas que não pode fazer “milagre”. Ao mesmo tempo, aposta todas as fichas na Reforma da Previdência, sendo que ela não é suficiente para aquecer a economia. Esquece do papel que pode ser exercido pelo Estado nesse sentido.

Jair Messias governa para seu povo escolhido, como já disse aqui. E sem pudores de mostrar isso. Tanto que está defendendo abertamente que agentes de segurança pública tenham condições melhores de aposentadoria. Não entro no mérito se é justa ou não a reivindicação desses profissionais, apenas que eles contam um presidente que, ao menos nas aparências, articula em nome de seus interesses. Enquanto isso, às outras categorias, toda dureza das mudança nas regras.


Bolsonaro teria mais liberdade para sua pauta medieval de costumes e comportamentos se conseguisse reduzir significativamente (e rápido) o desemprego. Afinal, a parte da população que votou por mudanças (e não por fiscalizar o sexo alheio, nem armar as pessoas, muito menos celebrar o trabalho infantil) engoliria isso mais facilmente se o Estado garantisse segurança econômica.


Ele inverteu, acreditando que manter uma base bolsonarista bem alimentada e com energia para sair às ruas é a melhor garantia de proteção ao seu mandato. Optou por manter o país em Estado de campanha eleitoral constante, fazendo com que a principal meta do governo não seja emprego, saúde, educação, combate à corrupção, segurança pública, Previdência Social, mas sua reeleição. Se a campanha, em 2018, foi a mais curta da história recente, durando 45 dias, a de 2022 será a mais longa, e vai durar quase quatro anos.








#Fonte: UOL 
Bolsonaro Governou para seus Fãs e Deixou Queda do Desemprego de Lado Bolsonaro Governou para seus Fãs e Deixou Queda do Desemprego de Lado Reviewed by CanguaretamaDeFato on 9.7.19 Rating: 5

OPINIÃO! O Perigo dos Homens Medíocres Como Jair Bolsonaro

São sujeitos feridos, mas na alma, que é muito pior do que estar ferido no corpo. São uma fraquejada

Nada mais perigoso do que um homem medíocre e triste que odeia a inteligência e a felicidade alheias. Esta é a cara do governo Bolsonaro. Personagens de uma mediocridade tão ostensiva que disfarçá-la é tarefa impossível. Como me disse um dia um aluno, é a burrice ostentação. Juntam-se a essa mediocridade as paixões tristes que o movem.  
Há dois tipos de medíocre: o que é consciente de sua limitação e fica recolhido nela humildemente ou se esforça para crescer e o que, incapaz dessa humildade ou desse crescimento, tenta destruir, exterminar tudo aquilo ou todos aqueles que brilham mais que ele. Não é preciso dizer a qual dos dois tipos pertencem os patéticos personagens bolsonaristas. 

Também há dois tipos de infelizes: os que lutam em construir a própria felicidade e os que detestam a felicidade alheia e se empenham em arruiná-la. Os que lutam por viver seus desejos livremente e os que odeiam quem os vive. Os que amam em toda a plenitude do amor e os que odeiam quem ama. Tampouco desta vez é preciso dizer a qual dos dois tipos pertencem os patéticos personagens bolsonaristas. 

Acrescente-se uma masculinidade complexada, frágil, mas tão autocentrada que não consegue enxergar para além dela mesma. Homens que odeiam outros homens, que odeiam mulheres, talvez porque, no fundo, esses homens odeiem a si mesmos. Durante minhas entrevistas com eleitores de Bolsonaro, várias mulheres me confessaram que tinham medo de seus maridos, porque a agressividade deles tinha aumentado muito depois de começarem a seguir o “mito”. 

São os cidadãos de bem. Eu, quando vejo um cidadão de bem na rua, mudo de lado ou saio correndo. São aqueles que não enxergam contradição em ir à igreja aos domingos e apedrejar um homossexual ou agredir a própria companheira em casa. Não veem incoerência em citar a Bíblia e aplaudir Bolsonaro, quando ele faz o gesto de arma na Marcha para Jesus.

O curioso nesses cidadãos de bem é que eles pensam ter um canal direto com Deus, como num grupo de WhatsApp ou Telegram, que agora está na moda. Queridos, se Deus existe, deve estar desesperado, se perguntando onde errou para que de um barro supostamente inócuo surgissem seres como vocês. “Deu merda”, Ele deve pensar. São sujeitos feridos, mas na alma, que é muito pior do que estar ferido no corpo. São uma fraquejada.

Não por acaso, querem acabar com as universidades públicas. Para quem é tão medíocre, a inteligência alheia deve ser estarrecedora. Não por acaso, quiseram acabar com Lula em um processo arbitrário. Não por acaso, Bolsonaro recusou-se a ir aos debates eleitorais e a enfrentar um professor. Não por acaso, queiram dominar os corpos das mulheres, pois mulheres livres e fortes devem ser assustadoras para eles.

Sujeitos pequenos, tacanhos, intelectualmente ínfimos, figuras que em tempos de normalidade democrática e institucional seriam irrisórias e desapareceriam, engolidas na própria irrelevância. Mas em tempos “desdemocráticos”, em tempos obscuros e autoritários, esses anões se fizeram gigantes e vomitaram sobre todos nós sua capacidade de destruição. Esses mesquinhos estão no poder. Encarnam o mito do homem medíocre. O medíocre que se apresenta como herói. Vejam que drama. Esses heróis iriam salvar o Brasil. Bolsonaro é o “mito”. Moro é o “herói”. 




#Fonte: Carta Capital - Esther Solano
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MORO DAS LAMENTAÇÕES! A Tragédia do Juiz que Pensava ser um deus


Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Feche os olhos e imagine por um instante que você detém os poderes de uma divindade. Você narra a partir de um ponto de vista privilegiado, que consegue discernir com clareza incomparável a complexidade da realidade e sua conexão com a normatividade. Suas decisões não fazem mais do que refletir os fatos de forma perfeita e acabada, sem qualquer nível de distorção: são simples meios de exteriorização de uma convicção que jamais conhece qualquer falibilidade. Essências são extraídas de coisas e pessoas com incomparável facilidade: realidade e alteridade se curvam diante de seu método de revelação da verdade.

Você é firme e obstinado em seu propósito. Enviado pelos céus e movido por energias extraídas do além, sempre mantém os olhos fixos no grande prêmio e jamais se desvia da trajetória inicialmente delineada. Para você, a magistratura é sacerdócio; uma profissão de fé conduzida pelo mais nobre dos propósitos: extirpar o mal do mundo, em nome do bem da sociedade.

Sua vida é cruzada. Seu ritual é uma prática continua de zelo pelo bem comum. Senhor de todas as certezas, lorde de todos os soldados, você faz do trabalho diário um empreendimento de enfrentamento constante contra o mal. Higienizar o país é seu destino e o triunfo, algo certo e inevitável. Palavra da salvação: toda honra e toda glória, agora e para sempre.

Você é objeto de louvor alheio. As pessoas ostentam seu nome em camisetas, adesivos e cartazes. Seu estandarte tremula de Norte a Sul do país: você é reconhecido como salvador e extrai energias de seus devotos. Obtém deles forças para intensificar ainda mais o combate contra o inimigo. Seu poder cresce a cada dia que passa. Ele faz de você uma divindade onipotente e, logo, capacitada para erradicar a maldade que aflora no mundo. 

Não é de se estranhar que você aprecie cada vez mais a atenção que lhe é dada. Opinião pública e opinião publicada parecem ter por você uma irrefreável paixão, absolutamente profunda e massivamente sedimentada. Você se sente tocado por ela e faz questão de manifestar seus sentimentos para todos que incansavelmente o bajulam. Nem por um instante sequer você considera que possa estar equivocado. Que alguém insinue que você atua como veículo para difusão de ódio é logicamente uma leviandade.

Mais do que um mero mortal, sua existência transcendeu o plano terreno: as regras aplicáveis aos demais não valem para você. Continuamente estimulado e jamais coibido, você saboreia a delícia do poder ilimitado que lhe é conferido. De fato, você acredita que um juiz pode voar: nem mesmo o céu é limite para a sua audácia. Sua vaidade atinge patamares gigantescos: nem mesmo a segurança de seus próprios devotos parece lhe importar. Você propositalmente desconsidera qualquer limite normativo ou ético que possa comprometer o fim que lhe é caro. 

Utiliza sem o menor pudor os meios que lhe são conferidos para divulgar a irrecusável verdade de sua palavra. Caso venham a ocorrer, danos colaterais não serão nada mais do que perdas aceitáveis para a consecução da meta perseguida. Sua onisciência não permite qualquer vazio. 

O interesse público lhe é transparente: não pode ser nada além de um reflexo de sua própria vontade, que, ao final, subjugou completamente a realidade.

E assim seria, se ele, o limite, não promovesse uma alucinada reviravolta no roteiro previamente estabelecido por sua santidade. De forma inesperada, uma vertigem democrática surge no horizonte para usurpar o frágil solo moral no qual assentava sua autoridade, destruída como castelo de cartas por um relâmpago de legalidade.

Sua onipotência não era mais que delírio e devaneio. Complexo de grandeza e abuso de autoridade. Possível prática de crime e flagrante ilegalidade. O destino parece ter lhe pregado uma terrível peça: suas razões não são mais do que pálidos reflexos de uma contaminada subjetividade. Vitimada pela própria arrogância, cai por terra a insustentável identificação com o bem da sociedade. Tragédia até então impensável. Quem dizia que falava por todos falava por si mesmo: refém da própria e indevidamente atribuída discricionariedade.

Resta o lamento dramático e a entrega narrativa da própria dignidade, corroída pelo esforço impossível de legitimar uma indefensável ilegalidade. Esgotada sua serventia, desvelada a humanidade, resta a você o papel de cordeiro: passível de ser sacrificado no altar do próprio autoritarismo, ainda que mostre incredulidade diante dessa possibilidade. 

Talvez a sorte seja generosa e você apenas caia na obscuridade. Lamento de um Moro, Moro das lamentações. Equivocado até o final, ainda lhe escapa a ideia de impessoalidade. 

A Tragédia de um Moro é a morte metafórica de uma pseudodivindade. Que ela descanse em paz. A democracia agradece.


#Fonte: Yahoo
Salah H. Khaled Jr. é Doutor e mestre em Ciências Criminais (PUCRS), mestre em História (UFRGS). Professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Escritor de obras jurídicas. Autor de A Busca da Verdade no Processo Penal: Para Além da Ambição Inquisitorial, editora Atlas, 2013 e Ordem e Progresso: a Invenção do Brasil e a Gênese do Autoritarismo Nosso de Cada Dia, editora Lumen Juris, 2014 e coordenador de Sistema Penal e Poder Punitivo: Estudos em Homenagem ao Prof. Aury Lopes Jr., Empório do Direito, 2015.
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UOL Blog Josias: "O Capitão Bolsonaro Precisa Mudar-se das Redes Sociais para o Mundo Real"




Jair Bolsonaro coloca todo o seu governo a perder. Semeia ondas para colher tsunamis. Comporta-se assim porque viciou-se no ar intoxicado das redes sociais. Ali, recebe aplausos fáceis. Basta passar semanas repetindo que não fará “aliança com a turma da Lava Jato”, governará “sem fazer concessões ao toma-lá-dá-cá”, e respeitará os “compromissos assumidos com o eleitor.”
 
Depois, ao desgrudar o nariz da tela do celular, esse mesmo presidente firma acordos com políticos sob investigação, entrega anéis para salvar os dedos e continua fazendo pose de limpinho para a plateia da bolha. Tanto é assim que Bolsonaro achou razoável participar de uma reunião com os investigados Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Onyx Lorenzoni e Fernando Bezerra. Nesse encontro, trocou a recriação de dois ministérios pela aprovação da MP que reorganizou o governo. Para divertir a turma da bolha, o capitão distribuiu portes de armas.

Horas depois, Bolsonaro levou uma série de pancadas do centrão. Aprovou-se numa comissão especial a volta dos dois ministérios. E nada de contrapartida. A MP que repaginou a Esplanada foi virada do avesso. Na paulada mais forte, o Coaf foi arrancado de Sergio Moro e devolvido para Paulo Guedes. Foi como se o centrão informasse ao capitão que ele negocia com gente errada, dá pouco perto do que se deseja tomar e flerta com novas derrotas. Perderá inclusive o decreto das armas.

Com água pelo nariz, Bolsonaro veio à boca do palco nesta sexta-feira para declarar o seguinte: “Me elegi e a decisão foi, como havia falado por anos, que não teríamos indicações políticas. Escolhi os nossos ministros por critério técnico. Todos têm 100% de liberdade para escolher seus subordinados. […] E assim estamos governando. Alguns problemas? Sim, talvez tenha um tsunami na semana que vem. Mas a gente vence esse obstáculo com toda certeza. Somos humanos, alguns erram. Uns erros são imperdoáveis, outros não.” Ai, ai, ai…

O tsunami a que Bolsonaro se refere é a votação no plenário da Câmara da MP que o centrão virou de ponta-cabeça na comissão. As previsões oscilam entre o ruim e o muito pior. Na primeira hipótese, os deputados aprovam a medida provisória com os retoques feitos na comissão. Na segunda alternativa, o centrão organiza uma obstrução para retardar a votação. O prazo de validade da MP de Bolsonaro vence em 3 de junho. Se caducar, volta a valer o organobrama anterior, com 29 ministérios. E o centrão terá mais cargos para reivindicar.

A satanização da velha política, expediente muito útil para um candidato em campanha, perde a serventia quando um presidente recém-empossado envia ao Congresso suas medidas provisórias, projetos de lei e emendas constitucionais. Nessa hora, o governante precisa de votos no Legislativo. A única forma de obtê-los é por meio de negociação. Quem quer tomar alguma coisa precisa expor suas ambições. Quem se dispõe a dar deve estabelecer os seus limites. Fazer jogo de cena não resolve.

A Previdência está falida e a economia permanece sedada. Faltam empregos, dinheiro, escolas que prestem, hospitais que funcionem e segurança nas ruas. Admita-se que Bolsonaro assumiu há quatro meses e não é responsável por tudo isso. Entretanto, ninguém o elegeu no ano passado para que o capitão passesse quatro anos nas redes sociais falando mal da “velha política”.

Lula continua preso, Michel Temer amarga sua segunda passagem pela cadeia e Dilma Rousseff aguarda na fila. E a Previdência continua à espera de uma reforma, a economia não reagiu, o desemprego só aumentou, o MEC cortou 30% do orçamento das universidades, os hospitais continuam a mesma porcaria e o brasileiro tem medo de sair às ruas.

Bolsonaro coloca todo o seu governo a perder porque se esquece que sua obrigação é oferecer soluções para velhos problemas, não criar encrencas novas. Para que seu governo dê certo, o capitão precisa mudar-se das redes sociais para o mundo real. Em seguida, deve dedicar-se a atividades triviais. Coisas como, digamos, trabalhar. Mantendo-se no papel de semeador de ondas, chegará ao final do mandato —se chegar— como um enganador que prometeu reformar o país, fracassou e condenou-se a passar o resto da vida queixando-se de ter sido bloqueado pelo Congresso. Esse filme o país já viu. E não gostou.




#Fonte: Josias UOL
UOL Blog Josias: "O Capitão Bolsonaro Precisa Mudar-se das Redes Sociais para o Mundo Real" UOL Blog Josias: "O Capitão Bolsonaro Precisa Mudar-se das Redes Sociais para o Mundo Real" Reviewed by CanguaretamaDeFato on 11.5.19 Rating: 5

SEM RUMO! Filho de Bolsonaro Atira na Mídia e acerta a Família


POR JOSIAS DE SOUZA

De plantão na sua trincheira das redes antissociais em pleno Carnaval, o vereador Carlos Bolsonaro adotou uma inusitada tática de contra-ataque no Caso Coaf. Não podendo apontar virtudes do senador Flávio Bolsonaro, cuidou de realçar que seu irmão é apenas parte de um todo. Iguala-se em abjeção a outros políticos que ardem no caldeirão da Assembleia Legislativa do Rio. Carlos como que anulou qualquer pretensão de Flávio de alegar que é diferente ao se queixar do suposto tratamento privilegiado que a imprensa dedica aos outros encrencados.

“Por que será que maior parte da mídia e canalh(x)s citam A, mas se esquecem de mencionar B, C ou D? Principalmente quando o assunto é PSOL e PT! Curioso, não?”, rosnou o ‘Pitbull’, como Carlos é chamado pelo pai Jair Bolsonaro. “Todos podem ser inocentes ou não, mas a balança para variar sempre tem dois pesos e duas medidas ao falar de PT e aliados.”

Pelas contas do Coaf, 75 servidores da Assembleia Legislativa do Rio têm contas bancárias carunchadas. Juntos, movimentaram R$ 207 milhões em um ano. Trabalharam em 21 gabinetes de deputados estaduais de 14 partidos: Avante, DEM, MDB, PDT, PHS, PRB, PSB, PSC, PSD, PSDB, PSL, PSOL, PT e Solidariedade. Carlos Bolsonaro sabe de tudo isso porque a mídia, tão criticada por ele, cumpriu a obrigação de divulgar —com nomes, cifras e partidos.

A despeito do desejo de Carlos de nivelar o irmão aos demais, alguns detalhes impedem a imprensa de integrar Flávio à baixeza geral de mais um escândalo. Afora o fato de o agora senador ser o primogênito do presidente da República, seu ex-assessor Fabrício Queiroz borrifou pelo menos R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Marido de Michelle, o pai de Carlos e Flávio chegou ao Planalto enrolado na bandeira da moralidade. O pedaço do eleitorado que acreditou na pregação moralizadora que levou Jair Bolsonaro ao Planalto imaginava que o presidente e sua prole inundariam o país de bons exemplos. Os fatos atrapalham. A realidade estraga tudo.

Ao reivindicar que a imprensa trate o irmão Flávio como um suspeito qualquer, Carlos como que destrói a diferença heroica que seu pai dizia representar. Com uma ingenuidade própria das almas iradas, o ‘Pitibull’ não se dá conta da mensagem que passa. Ora, se nem o ‘Zero Dois’ valoriza a superioridade moral presumida dos Bolsonaro como algo digno de diferenciação, quem haverá de valorizar
SEM RUMO! Filho de Bolsonaro Atira na Mídia e acerta a Família SEM RUMO! Filho de Bolsonaro Atira na Mídia e acerta a Família Reviewed by CanguaretamaDeFato on 5.3.19 Rating: 5

INCAPACIDADE!! Facilitar Posse de Armas é Decretar o "cada um por si e Deus por todos"






Uma das principais funções de um Estado é impedir que nos devoremos. Não é preciso ser especialista para perceber que o poder público não tem sido competente para tal tarefa e, como consequência disso, quase 64 mil mortes violentas são registradas em um único ano. Números de zona de guerra.

Ao dar o primeiro passo para flexibilização das regras para a posse de armas em casa ou no local de trabalho, Jair Bolsonaro reconhece a incapacidade de seu governo em implementar medidas para melhorar a segurança da população. Apesar de ser o cumprimento de uma promessa de campanha, também é uma declaração de que sua gestão não conseguirá resguardar o direito à vida.

E reescreve também o contrato que firmamos como sociedade para impedir que nos matemos uns aos outros, devolvendo ao cidadão comum parte da responsabilidade por sua própria proteção armada. E não se engane: não estará, com isso, garantindo mais liberdade por facilitar o acesso a armas, mas impondo um risco desnecessário às pessoas que estão ao redor de quem as possui. Inocentes devem morrer como consequência disso.

É importante lembrar que o Estado não apenas tem sido incapaz de garantir paz, como ele próprio é ator de perpetração de violência, seja ela decorrente de autodefesa ou de ações ilícitas. Nossa polícia é uma das que mais matam e também uma das que mais morrem. Se você é negro, jovem e morador de região pobre com presença de conflitos entre traficantes, milicianos, policiais e/ou militares sabe bem do que estou falando.

Policiais honestos são vítimas da violência do tráfico, das milícias, dos policiais desonestos, do preconceito de uma parte da população que espera que cumpram o papel de capitães do mato. Mas também são alvo de sabotagem por parte do próprio poder público – que prefere afrouxar o acesso a armas para civis muito menos treinados que eles do que anunciar uma política nacional para valorização imediata de seus salários e das condições de trabalho.

Pesquisa Datafolha mostrou que 61% defende que a posse de armas deve ser proibida por representar ameaça à vida de outras pessoas. Ou seja, desejam um Estado que imponha limites ao armamento da população e, portanto, à capacidade de resposta individual à violência frente à estatal. Armas que nascem no mercado legal, mas roubadas ou vendidas, acabam abastecendo a criminalidade.

Como já disse aqui, pode parecer paradoxal que um país que alçou Jair Bolsonaro à Presidência da República defenda certas posições opostas daquelas que ele fincou como bandeiras de sua administração. Mas a população votou na opção que se vendeu como antissistêmica diante do desgaste do sistema e de seus representantes em dar respostas efetivas para o desemprego, a violência e a corrupção – o que pode ser verificado pelas diversas pesquisas que apontam o desejo de mudança e a rejeição de partidos que antes governavam como principais razões do voto em Bolsonaro. Alguns milhões votaram por questões de comportamento e costumes, mas não são a maioria do país.

Não significa, portanto, que todos seus eleitores e a sociedade endossem necessariamente o pacote de propostas de redução do Estado, ao contrário do que muitos querem fazer crer. Quando pedem segurança, não querem mais armas, mas que o poder público funcione.

Seria ótimo se a campanha eleitoral de 2018 tivesse discutido a fundo segurança pública. Aliás, seria ótimo se o presidente tivesse participado de mais debates sobre qualquer assunto. Isso teria ajudado a iluminar formas de trazer os moradores de comunidades dominadas pela violência para ajudar a construir saídas. 

Debater a desmilitarização da força policial, mudanças na sua formação, melhoria em seus salários e condições de trabalho. Usar a inteligência policial para articular bloqueios de bens de criminosos ou comércio ilegal de armas. Tornar efetiva a punição caso seja constatado o envolvimento de policiais em delitos. Dar voz aos policiais honestos para que ajudem a encontrar soluções. Afinal, eles também tombam de forma inaceitável não apenas no cumprimento do dever, mas também como vítimas de crimes, quando descobertos nos bairros e comunidades pobres em que moram.

Se o debate sobre segurança pública não passar por ações estruturais que melhorem a qualidade de vida, garantam justiça social, permitam que o jovem pobre tenha perspectiva real de futuro, não teremos solução sustentável. Pois liberar armas, matar geral ou colocar criança em cadeia privatizada só jogará mais gasolina ao fogo. E, é claro, enterrar a fracassada política de “guerra às drogas” – enquanto ela for mantida e não encararmos o problema como de saúde pública, o Estado seguirá alimentando o tráfico de armas e promovendo violência.

É importante frisar que o fracasso em políticas de segurança não é monopólio da direita, do centro ou da esquerda – todos têm sido responsáveis pelo buraco em que estamos. PT e PSDB, porque governaram o país e grandes estados da federação por muito tempo. MDB, porque se via como dono do país. E o PSL, porque começou errando. E feio.





#Fonte:  UOL
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RN CHORA: Desçam às Lagrimas das Mães de Benes e Mateus e lá Estará a Paz que Rogamos


A tragédia que abreviou a vida de Luiz Benes Leocádio Júnior (16) também levou a de Mateus Régis (17).

Sobre vítima e algoz desceu o véu escuro da noite, em um enredo que se repete cotidianamente em nossas vidas, mas só somos tomados de assalto pelo pavor quando ele se aproxima muito de nós.

Natural, pois o arrebatamento de jovens causa uma indignação e dor, sobre a qual só me ocorrem os versos de Chico Buarque para supor o tamanho desse vazio: “A saudade é o revés do parto. A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”.

As mães choram.
Detenham-se na dor das mães, e não na indignação pessoal, não na sua revolta; não em seu senso de revanchismo; não no clamor por culpados imediatos.

Investiguem as origens pelas quais as mães de Benes e Mateus choram. Lá estão as raízes do mal a ser combatido se queremos ter a paz que rogamos.

A cadeia de eventos que levou um jovem de 17 anos a participar da ação que tirou a vida de um de 16 tem muito mais a ver comigo, com você, com todos nós, do que apenas com a falta de policiamento nas ruas; com a negligência de governantes; com o descaso que apontamos sobre as autoridades.

Qual é a minha responsabilidade sobre os jovens de meu tempo? O que tenho feito para garantir aos Mateus oportunidades que lhes reduzam os riscos de se embrenharem no caminho tortuoso do crime, levando às mortes tantos Benes?

Não adianta gritar por polícia; exigir porte de armas; enrijecer a legislação; pedir revanche.
Não adianta me trancafiar; passar cerca elétrica em minha casa; cercar-me de toda a segurança de que dispuser.

Não adianta pensar em mim, se lá fora nada faço para melhorar as vidas de tantos Mateus.
O mal estará sempre à espreita enquanto prevalecer esse pensamento.

E por isso as mães choram. As mães sentem a dor dos efeitos desses inimigos que não ousamos enfrentar, pois enquanto egoísmo e orgulho desfilarem faceiros, não haverá paz.



#Fonte: por Dinarte Assunção
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Aumento Salarial Para o STF é Imoralidade


Os 11 ministros do STF discutem proposta de aumento salarial de 16,38% para o Orçamento de 2019. O Supremo está em modo sindical, buscando formas de aumentar salários e de continuar a abocanhar o auxílio-moradia.

Num país em que a recessão comeu quase 8 pontos percentuais do PIB (Produto Interno Bruto), no qual doenças do século 20 voltaram a preocupar e com uma massa de desempregados, só o egoísmo de uma elite que já ganha muito bem explica a tentativa de reajustar salários no meio da enorme crise fiscal. É uma forma de subtrair dinheiro dos mais pobres.

O ministro Luiz Fux, sempre tão falante para antecipar julgamentos em relação a Lula, deveria ser o primeiro a defender o fim da sua decisão liminar, monocrática e precária que criou a farra do auxílio-moradia. Deveria também se posicionar contra aumento salarial nesta hora.
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Administração Temer Entra em sua Fase Titanic

Até poucos dias atrás, todas as avaliações negativas sobre o governo eram acompanhadas de uma conjunção linquística: “entretanto”. Admitia-se que o governo é corrupto e politicamente desastroso. Mas acrescentava-se: Entretanto, a gestão Temer avançou na economia. O caminhonaço e suas consequências, entre elas a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras, eliminou do enredo o “entretanto”. Generalizou-se o naufrágio. A água invade a área econômica.

A subvenção que fabricou uma redução do preço do óleo diesel aumentou o déficit público e desfigurou a gestão ortodoxa de Temer, agora de viés populista. Ao efetivar Ivan Monteiro como substituto de Parente, o presidente declarou que a política de preços da Petrobras não sofrerá mudanças. Mas já mudou no diesel. E pouca gente se anima a dar crédito irrestrito a Temer.

Os dez dias sem caminhão e com desabastecimento resultaram num baque com reflexos na economia, que já seguia uma curva descendente. Já não é improvável um PIB abaixo de 2%.

Se o governo de Michel Temer fosse um filme, seria fácil resumir o enredo. Bastaria dizer que o filme é sobre uma embarcação temerária, uma tripulação alienada e uma imensa pedra de gelo. Tudo muito parecido com Titanic. Enquanto o transatlântico afunda, Temer ordena à orquestra que continue tocando.
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A Greve dos Caminhoneiros Pode Repetir Onda de Protestos de 2013?


A crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros escancarou a situação delicada de Michel Temer neste final de mandato.
Com baixos índices de aprovação popular e amargando uma margem diminuta de articulação com Congresso e sociedade, o governo cometeu erros estratégicos que colocam em suspense o desfecho dessa crise, cujas características remetem ao cenário que antecedeu aos protestos de junho de 2013.

Naquela ocasião, um grupo de estudantes foram às ruas contra o aumento dos preços das passagens do transporte público em São Paulo. A resposta violenta da polícia escalonou o movimento que acabou se espalhando por uma série de cidades e que repercute até hoje na política nacional.

O Brasil de 2013 é bem diferente do de 2018, é fato. Mas, tanto naquele momento como agora, a insatisfação popular é latente. Como nas jornadas de junho, o movimento dos caminhoneiros também não tem líderes claros – o que dificulta ainda mais a estratégia de negociação com os grevistas (vide o resultado nulo do acordo do governo com alguns sindicatos na última quinta-feira).
“O governo está tomando decisões para combater greves comuns. Essa não é uma greve comum porque não tem líderes claros”, afirma o cientista político César Alexandre Carvalho,  da CAC consultoria política.

Para a opinião pública, pelo menos nas redes sociais, o responsável pelos transtornos derivados das paralisações tem nome e sobrenome: Michel Temer, segundo levantamento da consultoria de análise de dados Bites. Tanto que a hashtag #foratemer, que andava desaparecida do Twitter, reapareceu com força hoje em 114 mil posts.

Por outro lado, de acordo com a consultoria, nos últimos sete dias (a contar até quinta-feira), os caminhoneiros foram mencionados em quase meio milhão de postagens no Twitter – 32% continham a hashtag #euapoioagrevedoscaminhoneiros.
A Greve dos Caminhoneiros Pode Repetir Onda de Protestos de 2013? A Greve dos Caminhoneiros Pode Repetir Onda de Protestos de 2013? Reviewed by CanguaretamaDeFato on 26.5.18 Rating: 5
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