BRASIL BARRADO! União Europeia Libera Turistas de 15 países, e Barra brasileiros, americanos, russos e indianos
Foto: KENZO TRIBOUILLARD / AFP
A União Europeia confirmou oficialmente nesta terça-feira que
brasileiros e americanos serão barrados na reabertura das fronteiras
externas do bloco, no dia 1° de julho, após mais de três meses fechadas.
De início, o processo gradual permitirá apenas a visita de pessoas
residentes em um grupo de 14 países que conseguiram controlar a pandemia
de Covid-19 em seus territórios. Nas Américas, apenas Uruguai e Canadá
foram incluídos no seleto rol.
A escolha da lista e seus critérios foram alvo de intensas discussões
durante o final de semana, mas os 27 países-membros do bloco
ratificaram o acordo nesta terça por maioria qualificada. Os países
selecionados são: Argélia, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Japão,
Geórgia, Marrocos, Montenegro, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Tailândia,
Tunísia e Uruguai.
A China seria o 15º país e seus cidadãos também poderão ter seu
ingresso permitido, mas para isso Pequim precisará liberar a entrada de
europeus em seu território, já que a reciprocidade é uma das condições
exigidas por Bruxelas.
Brasileiros, americanos, russos e indianos — alguns dos maiores
visitantes estrangeiros do bloco — continuarão vetados. Isto porque não
se englobam nos três critérios traçados pelos europeus: que a tendência
de contágios esteja estável ou decrescente; que sejam respeitados
critérios internacionais de testagem, vigilância, contenção e rastreio
de novos casos; e que o número de casos por 100 mil habitantes seja
inferior à média europeia no dia 15 de junho.
Nas duas primeiras semanas deste mês, segundo o “The New York Times”,
o bloco teve 16 novos casos por cada 100 mil habitantes, enquanto a
estatística brasileira estava em 190 e a americana, em 107. Hoje, os
dois países são os mais afetados pela pandemia: têm, respectivamente,
2,5 milhões de casos, com 126 mil mortes, e 1,3 milhão de casos, com 58
mil mortes.
Os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump tiveram posições
semelhantes em relação ao vírus, minimizando seu impacto, duvidando de
informações científicas e fazendo pressão para a retomada das atividades
econômicas. Trump ainda permitiu, em meados de março, que a
força-tarefa da Casa Branca para a Covid-19 divulgasse recomendações de
isolamento social. Bolsonaro, no entanto, teve dois ministros da Saúde
que se demitiram porque ele discordava das orientações defendidas por
eles para conter a pandemia.
Outros países além dos 14 escolhidos também se englobariam nessas
condições, mas se optou por uma lista mais seleta e política para
permitir o acordo. A confiabilidade das estatísticas de diversas nações
foi um impasse durante a discussão, deixando de fora diversas nações
africanas, americanas e asiáticas, como a Venezuela, Angola, Cuba e
Vietnã. A decisão de excluir os americanos também foi vista como uma
crítica à maneira como o governo de Trump vem lidando com a pandemia.
Fechadas desde março
O critério da reciprocidade também parece ter sido usado
arbitrariamente: a condição é aplicada aos chineses, mas não aos
argelinos, cujo país mantém suas fronteiras fechadas. A lista será
revisada a cada duas semanas, com possíveis inclusões ou exclusões, a
depender da situação epidemiológica.
A lista, segundo fontes do jornal El País, provocou tensões entre os
integrantes da UE: cada um defendia a abertura para países diferentes,
em meio a preferências políticas e ao medo de que um erro desencadeie um
novo surto de Covid-19. A corrida contra o relógio para aprovar a
medida vem em meio ao início da alta temporada do verão, fundamental
para o turismo no Velho Continente.
O texto aprovado nesta terça não passa de uma recomendação, o
documento legal mais forte do bloco, mas deverá ser adotado
unanimemente. Como as fronteiras da Zona Schengen são abertas, um
viajante pode passar livremente de um país para o outro, o que
implicaria uma responsabilidade coletiva.
Na prática, no entanto, os 27 países-membros se comprometeram a
autorizar apenas cidadãos dos 14 países listados, mas poderão aplicar
regras ainda mais restritas caso julguem necessário. Cada país poderá
também determinar se irá impor restrições adicionais, como
autoquarentenas para turistas. A recomendação da UE não se aplica à
Irlanda ou à Dinamarca, países que têm um status especial no que diz
respeito às suas fronteiras. No caso britânico, que passa por um período
de transição pós-Brexit, a aplicação será voluntária.
Até o dia 16 de março, cidadãos de 67 países podiam visitar a União
Europeia livremente, e outros 105 poderiam solicitar vistos. Frente à
pandemia de Covid-19, da qual foi epicentro entre março e abril, o bloco
tomou a medida sem precedentes de fechar suas fronteiras, buscando
evitar medidas unilaterais. As fronteiras internas começaram a ser
reabertas em 15 de junho, à medida que nações como Itália, França e
Espanha, que já foram o epicentro da pandemia, começaram a controlar o
número de novas contaminações e mortes.
#Fonte: O Globo
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Reviewed by Canguaretama De Fato
on
30.6.20
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