Foto: (Robert Bonet/NurPhoto/Getty Images)
Uma pesquisa publicada na prestigiosa revista científica Nature na
quarta-feira revela que o corpo humano pode ficar protegido contra o
novo coronavírus por mais tempo que se imaginava.
Nas últimas semanas uma série de estudos mostraram que a imunização
contra a covid-19 pode ser curta, com a carga de anticorpos
desaparecendo após algumas semanas. Seria um desafio adicional para as
vacinas que estão em testes mundo afora, inclusive no Brasil, além de
colocar em xeque a possibilidade de chegarmos a uma imunização de
rebanho — quando ao menos 60% das pessoas já têm proteção contra o
vírus.
Um estudo divulgado na segunda-feira pelo King’s College, de Londres,
mostrou que os níveis de anticorpos contra a covid-19 atingem o pico
três semanas após o início dos sintomas, mas depois diminuem rapidamente
nas semanas seguintes.
Agora, a descoberta apontada na Nature mostra que pode haver uma
“lembrança” longa do corpo humano em outra frente. O estudo não mirou o
novo coronavírus, mas um vírus semelhante, o coronavírus responsável
pela Sars, uma síndrome respiratória aguda que se espalhou entre 2002 e
2003. Pesquisadores de Singapura descobriram que um tipo de células de
defesa, as células T, ainda estão ativas contra o vírus 17 anos depois.
A descoberta, segundo os pesquisadores, “apoia a noção de que
pacientes com covid-19 desenvolverão imunidade a longo prazo pelas
células T”. As células T, em linhas gerais, são especialistas em atacar
invasores que estão dentro das células, fazendo um trabalho que
complementa os anticorpos, especialistas em parasitas do lado de fora.
O estudo também esquenta um debate em curso há meses: o de que a
proteção contra outros tipos de vírus possa, de forma cruzada, agilizar a
resposta do organismo ao Sars-Cov-2.
Paulo Lotufo, epidemiologista da USP, afirmou em entrevista à
GloboNews que a descoberta é sem dúvida uma notícia positiva, mas
ressaltou que o novo coronavírus atua de forma mais ampla no organismo.
“Em termos de virulência, os vírus são bem diferentes”, afirmou.
#Fonte: Exame
Imunidade ao Coronavírus Pode Durar Anos, diz novo estudo
Reviewed by Canguaretama De Fato
on
17.7.20
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