O desafio da interiorização do ensino superior no RN não é apenas o
acesso do aluno, mas a manutenção do profissional formado na região. A
análise é da professora Ana Aires, pedagoga e diretora do Centro
Regional de Ensino Superior (Ceres) da UFRN. À frente dos campi de Caicó
e Currais Novos desde 2011, ela aposta que a chegada do curso de
Medicina Multicampi de Caicó – cuja primeira turma foi iniciada em julho
– poderá mudar essa realidade. Com aporte de R$27 milhões do programa
Mais Médicos, do Governo Federal, o curso ofereceu 40 vagas iniciais,
com perspectiva de ampliação para 80 vagas até 2016.
Na proposta do
curso, os primeiros quatro anos são em Caicó, mas na parte prática o
aluno sai do ambiente dos hospitais universitários e é direcionado para
intervir na rede de saúde do município. “Isso vai trazer um impacto, uma
qualificação da rede de saúde do Seridó e Trairi”, afima a diretora.
Em
entrevista à TN, Ana Aires aponta que o curso também
impulsionará o processo de interiorização da UFRN, com a abertura de
novos cursos de alta concorrência. Os desafios da interiorização e da
internacionalização da universidade serão discutidos na 21ª edição do
seminário Motores do Desenvolvimento, dia 8 de setembro, no auditório da
Federação da Indústria (Fiern). Confira a entrevista:
Apesar de ter sido criado há pouco tempo, o curso Multicampi de Medicina já trouxe algum impacto para o Seridó?
A unidade Multicampi vai funcionar dentro campus universitário, o que já vai trazer um impacto para o Ceres Caicó – mas isso só podemos contar daqui a três anos. Porém, a chegada do curso, por si só, já impactou o Seridó. As pessoas conseguem visualizar a importância do Seridó ter um curso de alta concorrência. Mas acho que em um futuro muito próximo, vai trazer um impacto para a saúde, dada a proposta do curso. Por exemplo, não há hospital universitário: todas as práticas são de intervenção na rede de saúde de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz. Isso vai trazer um impacto, uma “qualificação” da rede de saúde do Seridó e Trairi.
De que forma?
A partir do momento que os alunos começarem a interferir na prática e também na discussão, ajudando na resolução de problemas da rede pública de saúde. A rede de saúde vai ficar mais robusta com a quantidade de profissionais. Além disso, o aluno traz as demandas para serem problematizadas no curso, buscando respostas e encaminhado-as para o ente responsável. Eu vejo como uma estratégia para melhorar a rede de saúde do RN.
Mas o grande desafio é manter esse médico no interior depois...
Só vamos saber se isso será uma dificuldade quando a primeira turma sair, mas a proposta metodológica do curso é de formação de um perfil profissional diferente dos formados pelo campus central. Não é um melhor que o outro.
A unidade Multicampi vai funcionar dentro campus universitário, o que já vai trazer um impacto para o Ceres Caicó – mas isso só podemos contar daqui a três anos. Porém, a chegada do curso, por si só, já impactou o Seridó. As pessoas conseguem visualizar a importância do Seridó ter um curso de alta concorrência. Mas acho que em um futuro muito próximo, vai trazer um impacto para a saúde, dada a proposta do curso. Por exemplo, não há hospital universitário: todas as práticas são de intervenção na rede de saúde de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz. Isso vai trazer um impacto, uma “qualificação” da rede de saúde do Seridó e Trairi.
De que forma?
A partir do momento que os alunos começarem a interferir na prática e também na discussão, ajudando na resolução de problemas da rede pública de saúde. A rede de saúde vai ficar mais robusta com a quantidade de profissionais. Além disso, o aluno traz as demandas para serem problematizadas no curso, buscando respostas e encaminhado-as para o ente responsável. Eu vejo como uma estratégia para melhorar a rede de saúde do RN.
Mas o grande desafio é manter esse médico no interior depois...
Só vamos saber se isso será uma dificuldade quando a primeira turma sair, mas a proposta metodológica do curso é de formação de um perfil profissional diferente dos formados pelo campus central. Não é um melhor que o outro.
No nosso, do interior, a proposta é de um perfil voltado
para a saúde comunitária, da família e para o social. Vai ser um perfil
profissional preocupado com o interior. A formação dele, desde o
primeiro dia da graduação, vai ser problematização da rede básica de
saúde do interior, com um olhar para a saúde das populações mais
carentes. Boa parte dos estudantes é do interior e, com as cotas, há uma
entrada de alunos das camadas mais populares. Nós esperamos que eles se
voltem para a população dessa camada.
O acesso do aluno ao ensino superior ainda é difícil no interior?
A forma de ingresso é única. O aspecto inovador para interior, em 2014, foi o argumento de inclusão regional. Antes tudo acontecia no mesmo patamar. Os alunos que tenham terminado o nono ano e os três anos o ensino médio em qualquer região que faz fronteira com o Seridó e o Trairi têm 20% de bonificação após a opção que eles fazer.
O acesso do aluno ao ensino superior ainda é difícil no interior?
A forma de ingresso é única. O aspecto inovador para interior, em 2014, foi o argumento de inclusão regional. Antes tudo acontecia no mesmo patamar. Os alunos que tenham terminado o nono ano e os três anos o ensino médio em qualquer região que faz fronteira com o Seridó e o Trairi têm 20% de bonificação após a opção que eles fazer.
#Fonte: Tribuna do norte
“É Muito Difícil Formar Doutor no Interior do Estado do RN”
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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