Magnus Nascimento
Luna Azevedo, 25, conseguiu empreender em Natal e diz que enfrenta dificuldades na logística para importar produtos no estado
Um levantamento publicado anualmente pelo Instituto Cidades Empreendedoras (ICE), que avalia as 101 maiores do Brasil com melhores condições para se empreender, colocou Natal na 49ª posição e Mossoró em 77º lugar. A capital potiguar apresentou melhora em três dos sete índices avaliados. Já a segunda maior cidade do Estado, Mossoró, subiu oito posições em comparação com o levantamento anterior. Mesmo com essas duas cidades no ranking, o Rio Grande do Norte só chega a ser citado no relatório 2023 após 24 estados terem, pelo menos, um município na frente. Para interlocutores do setor de empreendedorismo de Natal e do RN, melhorias em infraestrutura, carga tributária e apoio ao empreendedor são pontos necessários para melhora nos índices.
O estudo é publicado anualmente desde 2014,
pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Foram avaliados
sete determinantes: Ambiente Regulatório (Natal 96º, queda de 25
posições), Infraestrutura (Natal 29º, queda de nove posições), Mercado
(49º, queda de duas posições), Acesso à Capital (Natal 41º, manutenção),
Inovação (Natal 46º, crescimento de 14 posições), Capital Humano (Natal
29º, crescimento de 15 posições) e Cultura Empreendedora (Natal 14º,
ganho de uma posição). Em comparação com o último relatório de 2022, a
capital potiguar apresentou queda em relação ao último relatório, quando
ocupou a 42ª posição.
A capital foi escolhida para ser a
oportunidade da empreendedora Luna Azevedo, 25 anos. Ela abriu sua loja
de moda feminina em 2020, de forma online, fruto de um sonho, e em
novembro do ano passado, com espaço físico, em Lagoa Nova. “Realizei meu
sonho com meu noivo, que é meu sócio. Começamos a pesquisar, não tinha
como viajar por conta da pandemia. Precisamos buscar os produtos em
outros estados. Essa demanda em Natal cresceu muito e como era meu sonho
viver com o mundo da moda, entrei na faculdade e resolvi empreender na
loja. Vim para Natal porque a quantidade de vendas é mais rentável”,
explica.
Para Luna, os principais desafios de se trabalhar com
moda é estar “ligada” no mundo da moda e buscando renovações no
catálogo. Aliado a isso, fazer os produtos chegarem aos clientes é outro
problema. A logística para importar as mercadorias ainda é, segundo
ela, uma carência no Rio Grande do Norte.
“O custo é maior.
Vendemos mais, mas se gasta mais, com frete. Tem a questão da segurança
porque não é todo cliente que se dispõe a vir na loja física. Outra
dificuldade é a importação dos produtos, pois precisamos trazer de
outros estados. Não achamos essa mão de obra aqui. É uma falta de
incentivo do Estado, porque vejo que há muito mais nos outros estados
que nos cercam do que no RN”, comenta.
Para a vice-presidente da
Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL/Natal), Maria Luiza Fontes,
chama a atenção o fato de Natal ter uma cultura empreendedora forte, mas
uma infraestrutura, de modo geral, que ainda precisa melhorar visando o
empreendedor. “No primeiro estudo percebemos que Natal estava muito
ruim, na 74ª posição. Nos sete indicadores, estávamos com seis bem
desafiantes, mas a Cultura Empreendedora chama a atenção. Nosso povo
deseja seguir esse caminhar como perspectiva real para o
desenvolvimento. Ocorre que temos os outros indicadores que impactam em
não sermos essa potencialidade empreendedora nacional”, avalia.
O
secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Jaime
Calado, diz que o Estado tem tentado recuperar o fomento à economia
potiguar, mas que houve dificuldades devido às dívidas pendentes
deixadas pela gestão anterior a 2019. “Tínhamos perdido mais de 20 mil
empregos só na indústria nos oito anos anteriores. Criamos um Proedi,
feito a várias mãos, e hoje é o melhor programa de incentivo à indústria
que o Estado já teve. A cada ano estamos recuperando esses empregos.
Dentre isso, há o estímulo a interiorização do emprego”, listou.
#Fonte: Tribuna do Norte
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