Polícia Civil Ameaça Fechar Plantões das Delegacias

Policiais civis e servidores do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) decidem hoje, em assembleia marcada para 8h30, se fecham as portas das delegacias de plantão – as únicas abertas nos últimos 43 dias de greve – e se deixam de fazer o recolhimento de cadáveres. Ontem, por volta das 20h, a categoria deliberou pela continuidade da greve após receber a informação de que o único ponto da pauta que teve avanço nas negociações foi a proposta de convocação de 20 servidores, sendo  três delegados, cinco escrivães e 12 agentes por mês, até que todos os aprovados no último concurso sejam chamados.

Os policiais civis decidiram continuar a greve iniciada no dia 12 de agosto

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (Sinpol/RN), Djair Oliveira, admitiu a possibilidade de que haja um endurecimento do movimento grevista. “Amanhã estaremos reunidos e é possível sim uma radicalização da greve. O espírito da categoria é que a greve começa hoje  e nós vamos continuar firmes e fortes”, afirmou.

Além da proposta do Governo do Estado de convocar 20 servidores a cada mês, nessas três horas de negociações foi discutida uma sugestão do deputado estadual Fábio Dantas relacionadas a dois projetos do Governo do Estado que já tramitam na Assembleia Legislativa que poderão reduzir os gastos com pessoal.

De acordo com o deputado, um dos projetos prevê a redução de alíquota patronal para a previdência, o que geraria uma economia de R$ 4 milhões na arrecadação. O outro projeto visa reduzir o teto do servidor público, o que segundo ele deve reduzir algo em torno de R$ 6 milhões.

“A nossa proposta é que, nesses R$ 10 milhões, a gente aplique 30% para resolver o problema da Polícia Civil e do Itep, ficando 70% disponível para o Estado. E isso valendo apenas a partir de 2014. Ele [Carlos Augusto Rosado] pediu um prazo de 30 dias para ver o Estatuto do Itep e, enquanto isso, a Assembleia Legislativa vai esperar para votar os projetos”, explicou Fábio Dantas.

Djair Oliveira informou ainda que os demais pontos, que não teriam sido aceitos pelo Governo do Estado, envolvem: vale-refeição; serviços de limpeza para o interior do Estado, e não só para as delegacias da Grande Natal e regionais, como foi proposto; retirada de presos dos Centros de Detenção Provisória (CDPs), o que foi condicionado ao término da construção de duas cadeias no interior do Estado que ainda não foram iniciadas; carga horária de 6 horas; adicional noturno; auxílio saúde; delegacias abertas 24 horas; gratificação de chefia; atualização da tabela salarial; além do envio do Estatuto do Itep para a Assembleia.

“Passamos quase três horas e não saiu nada para o Itep. Estamos dispostos a continuar a luta enquanto não houver uma negociação que alcance a todos os pontos da nossa pauta, inclusive o Estatuto do Itep, que foi ironizado hoje na mesa pela equipe do Governo”, afirmou Djair Oliveira.

A greve completa hoje 44 dias. Até a última segunda-feira, 3.164 boletins de ocorrência já haviam sido registrados no período da greve sem que qualquer investigação tenha sido desencadeada para resolver os casos.



#Fonte: Tribuna do Norte