A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou nesta
sexta-feira (3) com um pedido de suspensão de liminar no Supremo
Tribunal Federal (STF) contra a decisão da Quinta Turma do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que na semana passada determinou
por maioria a suspensão da regra segundo a qual, quem desrespeitar os
direitos humanos na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), pode receber nota zero.
O pedido de Raquel Dodge foi feito paralelamente a outro recurso protocolado também nesta sexta-feira no STF,
com o mesmo objetivo, pela Advocacia-Geral da União (AGU), em nome do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep). A responsável por decidir sobre a questão será a presidente do
STF, ministra Cármen Lúcia.
No pedido, a procuradora-geral da República alega que a regra do
edital do Enem sobre o respeito aos direitos humanos na prova de redação
existe desde 2013, sem prejuízo aos candidatos. Ela argumenta que o
Enem deste ano foi todo organizado sob a vigência de tal regra, cuja
suspensão às vésperas da prova traz insegurança jurídica ao edital.
A decisão do TRF1, que suspendeu a norma do edital do Enem, no último
dia 26, atendeu a um pedido da Associação Escola Sem Partido, sob a
alegação de que a regra é contrária à liberdade de expressão.
Raquel Dodge contra-argumenta, no entanto, que a liberdade de
expressão não é direito absoluto, e deve ser contido frente a outros
direitos fundamentais expressos na Constituição e em tratados
internacionais dos quais o Brasil é signatário, entre eles os de
direitos humanos.
“A regra combatida na ação civil pública tem previsão em edital
destinado ao ingresso de alunos em universidades públicas. É serviço de
educação superior custeado pelo Estado, que tem o dever, perante a
comunidade nacional e internacional, por imperativo constitucional e
convencional, de respeitar e fazer respeitar os direitos humanos. Essa
lógica legitima a previsão de critério de correção de redação que
imponha o respeito aos direitos humanos”, argumenta Raquel Dodge.
A procuradora-geral da República diz também que não seria adequado
suspender a regra com base em uma liminar, decisão de natureza
provisória, mas que se tornaria permanente uma vez realizado o exame,
pois não seria mais possível revertê-la se assim for o entendimento
final.
O Enem será realizado nos próximos dois domingos (5 e 12) em todo o país. As provas começam às 13h, horário de Brasília.
ENEM: PGR Também Recorre ao STF para Defender Regra sobre Direitos Humanos na Prova de Redação
Reviewed by CanguaretamaDeFato
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4.11.17
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