Ministério Público Federal Arquiva Notícia de Fraude de Cota Racial para Ingresso em Medicina na UFRN


Foto: Oscar Cowley – Ascom PR/RN
O Ministério Público Federal (MPF) arquivou representação criminal contra candidata que ingressou no curso de Medicina da UFRN alegando ser parda. Visualmente, a partir de imagens de redes sociais, a pele da candidata aparenta ser branca.

O arquivamento, restrito ao campo criminal, tem por base a fragilidade da lei, que permite aos candidatos se autodeclararem pretos, pardos ou indígenas


Segundo Kleber Martins, procurador da República responsável pelo caso, concluir que a candidata cometeu o crime de falsidade ideológica tendo por base apenas o documento em que se declara como parda e a visualização de sua pele é praticamente inviável. Há uma contradição entre a lei criminal (art. 299 do Código Penal) e a lei que prevê o critério étnico-racial (Lei nº 12.711/2012).

Enquanto aquela exige que o criminoso tenha certeza absoluta que está mentindo na declaração, esta permite que o candidato se autodeclare como pertencente à etnia merecedora da cota, deixando ampla margem para a subjetividade. “É nesse espaço de subjetividade que há lugar tanto para a mentira (configuradora do crime) quanto para o erro ou o mero descompromisso no preenchimento do documento (não configuradores do crime, mas capazes de levar à desclassificação do candidato)”, explicou.


Apesar do arquivamento, a UFRN já foi informada da representação e pode submeter a candidata a uma comissão de verificação da compatibilidade de suas características étnico-raciais com as características da etnia a que declarou pertencer. Caso se conclua pela incompatibilidade, a candidata pode ter retirado de sua nota o bônus que lhe possibilitou figurar entre os classificados em Medicina.


De acordo com o procurador, para a efetiva punição criminal de condutas do tipo “seria interessante uma modificação da Lei nº 12.711/2012, de modo a alertar os candidatos para a necessidade da observância de certos critérios quando do preenchimento da declaração de etnia e para a existência de consequências penais em caso de evidente descompasso entre esta e a realidade”.





#Fonte: Justiça Potiguar
Ministério Público Federal Arquiva Notícia de Fraude de Cota Racial para Ingresso em Medicina na UFRN Ministério Público Federal Arquiva Notícia de Fraude de Cota Racial para Ingresso em Medicina na UFRN Reviewed by Canguaretama De Fato on 5.3.20 Rating: 5

Nenhum comentário:

OS COMENTÁRIOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

REGRAS PARA FAZER COMENTÁRIOS:
Se registrar e ser membro do Blog; Se identificar (não ser anônimo); Respeitar o outro; Não Conter insultos, agressões, ofensas e baixarias; A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica; Buscar através do seu comentário, contribuir para o desenvolvimento.

Tecnologia do Blogger.