No RN, 42% dos Negócios do Turismo Temem Não Reabrir se Isolamento Durar Por Mais Tempo

Créditos: Adriano AbreuHotel Ocean Palace foi o primeiro a anunciar a suspensão das atividades durante a pandemia em Natal e não há ainda perspectiva de quando será a reabertura

Mar, sol e dunas, que por muito tempo foram os principais atrativos para o turismo no Rio Grande do Norte, podem não ser suficientes para garantir uma recuperação do setor hoteleiro no momento pós-pandemia. A cadeia, composta por 52 setores da economia interligados no Estado, foi uma das mais afetadas pela crise da covid-19, e deve ser uma das últimas a se recuperar plenamente. Pesquisa realizada pela Empresa Potiguar de Promoção Turística, a Emprotur, aponta que 84% das empresas tiveram uma queda superior a 75% no faturamento, das quais 79% correspondem a Microeempreendedores Individuais. Do total, 42% (189 dos 450 pesquisados) dos que atuam na área do turismo acreditam que não serão capaz de sobreviver se o isolamento social perdurar por mais tempo, e 30% (135) estimam suportar apenas mais 30 dias. Dos hotéis, 57% tiveram registro de cancelamento em 100% das reservas, e 77% de pelo menos 75%.

Segundo o diretor do hotel Ocean Palace, o primeiro a anunciar a suspensão das atividades durante a pandemia em Natal, Ruy Gaspar, cerca de 20 mil empregos já foram perdidos no setor, e os autônomos são os mais afetados. Estimativa, segundo ele, é do Sindicato de Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares do RN. Dentre os bares e restaurantes do Estado, que somam cerca de 5 mil, de acordo com a sede local da Associação de Brasileira Bares e Restaurantes, cerca de 2 mil estão em risco de fechar às portas definitivamente, a maior parte deles (cerca de 800) na capital potiguar.

Ruy Gaspar afirma que o cenário é de pessimismo diante da falta de previsão para a reabertura. "Fomos os primeiros a fechar, e havíamos anunciado a reabertura para setembro. Agora, não tenho mais nenhuma perspectiva de abrir de fato em setembro. Estou totalmente pessimista. Se continuar como está, o setor pode não se recuperar", afirma o diretor, que já ocupou a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte. "As pessoas que foram demitidas em abril e maio ainda têm o dinheiro da rescisão, mas esse dinheiro está acabando. Veja o caso dos bugueiros, que são autônomos. Como essas pessoas estão vivendo?", diz Ruy Gaspar.

Artur Fontes, presidente da seção local da Abrasel, afirma que “a maior parte dos restaurantes está gastando e esgotando seus capitais de giro e suas reservas para conseguir garantir o pagamento da folha. Eles tentaram se adequar, mas a situação é muito difícil. Junho com certeza será o pior mês dentre todos até o momento, porque às reservas e garantias começam a acabar, e os créditos não estão chegando na ponta de fato”, afirma. A Abrasel estima que, em três meses de pandemia, o setor de alimentação fechou 3 mil empregos em aproximadamente 400 bares e restaurantes de Natal – 20% dos 2 mil estabelecimentos.

De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a expectativa é de que o segmento só consiga recuperar sua capacidade ociosa em, no mínimo, 12 meses - para o turismo doméstico. Para o internacional, no entanto, o tempo estimado é de 24 meses. Estima-se que, no Estado, desde o dia 13 de março, 1,4 mil demissões já foram formalizadas e mais de 2 mil contratos foram suspensos, e 30% das vagas formais perdidas durante a crise podem não ser recuperadas de forma definitiva ainda em 2020. 

A Emprotur aponta que o setor tem influência de mais de 50% da arrecadação de 12% dos municípios potiguares. Nesse contexto, duas regiões se destacam no Estado: a Costa das Dunas, na qual 56% dos municípios afirmam que o turismo representa até 10% de sua arrecadação, e a região Serrana do Estado, onde 50% afirma que a participação do setor também significa até 10% da arrecadação local. 

Setor aposta em capacitação para novos protocolos de higiene
Apesar dos desafios, o turismo no Rio Grande do Norte possui condições propícias para aquilo que deve se tornar mais popular no segmento após a crise: biodiversidade e atrativos naturais com um clima favorável à prática de atividades ao ar livre, uma das apostas do setor, mas que vão demandar uma qualificação daqueles que atuam na área para as novas regras sanitárias.

Passar aos turistas uma sensação de segurança, tanto no atendimento em saúde que podem necessitar como nas barreiras sanitárias, e focar nos potenciais turistas de estados vizinhos, como Paraíba e Ceará, também são algumas das saídas pensadas pelos empresários para os primeiros estágios de recuperação, como explica o presidente do Sindicato de Hoteis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte, Habib Chalita. 
 
 
 
 
#Fonte: Tribuna do Norte

No RN, 42% dos Negócios do Turismo Temem Não Reabrir se Isolamento Durar Por Mais Tempo No RN, 42% dos Negócios do Turismo Temem Não Reabrir se Isolamento Durar Por Mais Tempo Reviewed by Canguaretama De Fato on 28.6.20 Rating: 5

Nenhum comentário:

OS COMENTÁRIOS SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

REGRAS PARA FAZER COMENTÁRIOS:
Se registrar e ser membro do Blog; Se identificar (não ser anônimo); Respeitar o outro; Não Conter insultos, agressões, ofensas e baixarias; A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica; Buscar através do seu comentário, contribuir para o desenvolvimento.

Tecnologia do Blogger.