RN: “Preciso de proteção. Estou desesperada”: agressão em Natal revela silêncio das vítimas e o desafio da denúncia

A agressão contra Juliana Soares, de 35 anos, dentro de um elevador em Natal, rompeu a barreira do silêncio para muitas mulheres. Desde que o caso repercutiu no último sábado (26), o número de mensagens recebidas pelo canal de atendimento da Procuradoria da Mulher (ProMulher) triplicou, segundo a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O dado revela uma realidade inquietante: milhares de potiguares sofrem violência em silêncio, com medo ou sem saber onde buscar ajuda.
O Zap Mulher (84 98896-0402), canal de atendimento direto da Procuradoria, teve três vezes mais mensagens desde a divulgação do caso. De acordo com o ProMulher, a maioria das mulheres pede orientação jurídica, psicológica e relata situações de violência. “Preciso de proteção. Estou desesperada”, disse uma das mensagens recebidas nesta segunda (28), poucas horas após a agressão viralizar nas redes sociais.
O crime, registrado por câmeras de segurança, ganhou repercussão após a divulgação das imagens, que mostram a vítima sendo agredida com 61 socos, ficando com o rosto desfigurado.
Segundo a procuradora da mulher e deputada estadual Cristiane Dantas, o aumento na procura revela uma realidade oculta por trás de muitos lares potiguares. “O fato do agressor ter sido preso encorajou outras mulheres a romperem o silêncio. A Procuradoria da Mulher está pronta para atender quem precisa, com uma equipe formada por psicólogas, assistentes sociais e advogados. Nós acolhemos e orientamos cada mulher, e estamos conectados à rede de proteção estadual para garantir segurança e justiça”, comentou.
A violência contra a mulher é uma epidemia silenciosa. Casos como o de Juliana evidenciam a urgência de denunciar, proteger e combater qualquer forma de agressão. Mulheres em situação de violência podem buscar ajuda pelo canal de atendimento da ProMulher no (84) 98896-0402.

Como identificar sinais de violência
A violência contra a mulher nem sempre começa com um tapa ou um soco. Em muitos casos, os primeiros sinais são sutis e envolvem tentativas de controle, humilhações constantes, isolamento da família e amigos, além de chantagens emocionais.
A Lei Maria da Penha reconhece 5 tipos de violência doméstica contra a mulher:Física: empurrões, socos, tapas, estrangulamento;
Psicológica: humilhação, ameaça, chantagem, controle;
Moral: calúnia, difamação, acusar falsamente;
Sexual: forçar relações ou impedir métodos contraceptivos;
Patrimonial: controlar dinheiro, destruir pertences, reter documentos.
Se você for vítima ou presenciar qualquer tipo de violência contra a mulher, denuncie:Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher)
(84) 98135-4487 (WhatsApp da Patrulha Maria da Penha RN)
Ligue 190 (Em caso de emergência)
0800 281 2336 – Codim/Sesed (Denúncia anônima, sigilosa e segura)
(84) 98896-0402 (ProMulher)
RN tem terceira maior variação em tentativas de feminicídio no Brasil
A proporção de feminicídios entre os homicídios de mulheres no RN mais que dobrou nos últimos quatro anos. Em 2020, 17,3% dos assassinatos de mulheres eram classificados como feminicídio. Já em 2024, esse percentual saltou para 37,3%, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na semana passada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O aumento representa uma variação de 115,3% no período.
O número de tentativas de feminicídio no estado cresceu 71,3% em 2024, em comparação com 2023, quase quatro vezes mais do que a média nacional (19%). Com 67 casos registrados, o estado teve a terceira maior variação do país, ficando atrás apenas do Acre (84,9%) e do Maranhão (81,1%).
ProMulher
Criada pela Resolução nº 04/2020 e inserida no Regimento Interno da Assembleia Legislativa, a Procuradoria Especial da Mulher é um órgão independente da ALRN formado por Procuradoras Deputadas. Sua finalidade é proporcionar a defesa e a promoção da igualdade de gênero, da autonomia, do empoderamento e da representação das pessoas que se identificam com o gênero feminino, bem como o enfrentamento a todas as formas de discriminação e violência praticadas contra elas.
A ProMulher conta com o suporte técnico e estrutural do Legislativo Potiguar, oferecendo atendimento psicológico, social e jurídico às mulheres vítimas de violência doméstica, além da prestação de informações e orientações.
O grupo, que é formado por procuradoras – deputadas, é presidido por Cristiane Dantas, tem as parlamentares Terezinha Maria (PL) e Isolda Dantas (PT) como 1ª e 2ª procuradoras adjuntas e ainda as deputadas Divaneide Basílio (PT) e Eudiane Macedo (PV) como membros.
#Fonte: Tribuna do Norte
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Reviewed by CanguaretamaDeFato
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30.7.25
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