ELEIÇÕES: Economistas Superam Rivalidade Histórica Com Apoio ao Ex-Presidente Lula no 2º Turno

 Reprodução/TwitterArminio Fraga desistiu de votar nulo para apoiar Lula no 2º turno

Arminio Fraga desistiu de votar nulo para apoiar Lula no 2º turno

A articulação dos economistas Pedro Malan, Pérsio Arida, Edmar Bacha e Armínio Fraga para apoiar a chapa Lula-Alckmin no segundo turno das eleições é histórica. Os quatro expoentes da economia brasileira - com passagens pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, além de participação na criação e na implantação do Plano Real - sempre foram alvo das críticas do PT.


Agora, unem-se para anunciar em nota conjunta que votarão em Lula com a "expectativa" de uma condução responsável da economia caso o ex-presidente seja eleito.


No primeiro turno, eles apoiaram a candidatura de Simone Tebet (MDB). Não à toa, anunciaram o apoio a Lula em seguida à declaração de voto da emedebista, que ficou em terceiro lugar na corrida presidencial. Ela cobrou propostas de responsabilidade fiscal do PT.

O apoio foi dado sem acordo programático com a campanha de Lula nem endosso à política econômica de um eventual governo do PT. Mas, no mercado financeiro, espera-se uma abertura de diálogo em torno de temas sensíveis para o grupo, como a responsabilidade fiscal e o tratamento da herança de gastos que governo e Congresso estão deixando a partir de 2023.

Lula publicou uma nota de agradecimento ao apoio dos economistas. "Há momentos na história em que os valores civilizatórios e democráticos devem estar acima de qualquer divergência. E é isso, nessa encruzilhada histórica em que nos encontramos, que representa a declaração de apoio da equipe de economistas que comandou a elaboração e execução do Plano Real, responsável por retirar o Brasil da hiperinflação na década de 1990", diz a nota.

Trata-se de um reconhecimento público do legado de mudanças que foram feitas a partir do Plano Real. No lançamento do programa econômico, o PT foi uma força contrária.


‘Prioridades'

Ao Estadão, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Pedro Malan afirmou que a esperança citada na nota se traduz na ideia de que é necessário um diálogo sobre como lidar com os legados que restarão para depois de 2023: "Será preciso fazer o que não foi feito até o momento, e espero que se faça ao longo das próximas semanas e dos próximos meses, antes que um eventual novo governo tome posse, que é a discussão sobre a necessidade de definir prioridades, fazer escolhas. É preciso ter responsabilidade não só na área monetária e cambial, mas fiscal também".

Para ele, os rumos da política fiscal são o grande desafio do momento. "Achamos que é melhor tentar abrir para o diálogo mais cedo. Somos todos influenciados pela experiência de 2002, quando houve certo tipo de comunicação nos meses que antecederam. Isso não está ocorrendo agora. Eu sempre chamei atenção para o fato do discurso equivocado da herança maldita", diz o ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso.

Malan disse ainda que os riscos de incerteza que existem hoje na economia global são totalmente diferentes dos que existiam em 2003, quando Lula assumiu o seu primeiro mandato. "Mas ele (Lula) precisa reconhecer isso em algum momento. Espero que ele seja obrigado a reconhecer. Já temos riscos demais provenientes do mercado internacional para que se adicione riscos e incertezas derivadas de sinalizações que podem comprometer a parte política e econômica."
 #Fonte: Estadão
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